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Medida afeta 11,6 mil funcionários e atinge quase a totalidade da fábrica da empresa em São Bernardo do Campo
A Volkswagen vai reduzir os salários e a jornada de trabalho de 11,6 mil funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) por seis meses, em troca de não fazer cortes. O número representa 60% do total de empregados da montadora no país e quase a totalidade da fábrica do ABC. A unidade tem 12,6 mil.
A redução salarial e de jornada consta no acordo de adesão ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), que permite o corte de custos em troca de evitar demissões. É a maior já feita desde a criação do programa e foi aprovada nesta quinta (17) pela maioria dos funcionários.
A VW é a terceira montadora a aderir ao acordo e a sexta empresa do ABC a adotar a medida para enfrentar a retração nas vendas, resultado da crise na economia.
Metade da redução salarial será bancada pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), como prevê a lei que criou o PPE. Com isso, os salários serão diminuídos em 10% por um período de seis meses, que podem ser prorrogados por mais seis.
Dados do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC mostram que o salário médio na unidade é de R$ 6.200, o que significa que, na prática, deixarão de receber R$ 620 mensais em troca de estabilidade.
A VW diz que, “em acordo com o sindicato e a representação dos empregados, irá solicitar ao governo a adesão ao PPE para a fábrica do ABC”. Não informou se o acordo pode ser negociado para as fábricas de Taubaté, São Carlos e São José dos Pinhais (PR).
Desde janeiro, a Volks informava ter excedente de 2.600 no ABC. “Em janeiro ocorreram 300 demissões, que foram revertidas após uma greve e a negociação de ‘lay-off’ para o grupo excedente. Na ocasião, a empresa fez um acordo coletivo que deu estabilidade até 2019. Com o acordo do PPE está reafirmado”, diz Wagner Santana, secretário do sindicato.
O acordo desta quinta garante ainda que a redução não incidirá nas férias nem no 13º salário. “Também está garantido o complemento, por parte da empresa, quando a compensação máxima paga pelo FAT [R$ 900] não atingir a metade da redução salarial do trabalhador.”
Com o acordo do PPE, 850 empregados em “lay-off” retornarão à fábrica em novembro. Os demais, em janeiro. Todos serão reintegrados à fábrica, diz o sindicato. Ficaram fora do PPE, mil operários que atuam em áreas em que não é possível reduzir a jornada por segurança.
Fonte:Folha De S.Paulo
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