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O IGP-M variou 0,94% em dezembro, com isso o acumulado do indicador em 2024 foi de 6,54%.
Calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), o Índice Geral de Preços – Mercado afere mensalmente o nível da atividade econômica nacional, englobando seus principais setores.
O número é utilizado, por exemplo, no reajuste de contratos de aluguel e de prestação de serviços.
Também define as variações de tarifas públicas, tais como telefonia e energia elétrica.
Para efeito de comparação, em dezembro de 2023 o IGP-M havia crescido 0,74%. Naquele período, o índice acumulou uma queda de 3,18% nos 12 meses exatamente anteriores.
De acordo com André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV IBRE, os resultados de dezembro foram influenciados por commodities, preços administrados e mão-de-obra.
“No INCC [Índice Nacional de Custo da Construção], reajustes salariais, com alta média de 0,53%, depositaram maior influência”, detalha.
Neste mês de dezembro, o INCC teve alta de 0,51%, valor superior à taxa de 0,44% observada em novembro.
Entre os grupos do Índice Nacional de Custo da Construção, “Serviços” variou de 0,09% para -0,25%; “Materiais e Equipamentos” foi de 0,40% para 0,57%; e “Mão de Obra” passou de 0,54% para 0,53%.
“No IPA, o preço do café, influenciado pelo clima e pelo câmbio, foi o principal destaque registrando alta de 28,82%. No IPC, preços monitorados e carnes foram as principais influências, com destaque para cigarros, com alta de 6,43%”, completa Braz.
IGP-M acumulado 2024
Confira os detalhes do IGP-M acumulado em 2024.
Mês | Variação mensal | 12 meses | Acumulado 2024 |
Dezembro de 2024 | 0,94% | 6,54% | 6,54% |
Novembro de 2024 | 1,30% | 5,55% | 6,33% |
Outubro de 2024 | 1,52% | 5,59% | 4,20% |
Setembro de 2024 | 0,62% | 4,53% | 2,64% |
Agosto de 2024 | 0,29% | 4,26% | 2,00% |
Julho de 2024 | 0,61% | 3,82% | 1,71% |
Junho de 2024 | 0,81% | 2,45% | 1,10% |
Maio de 2024 | 0,89% | -0,34% | 0,28% |
Abril de 2024 | 0,31% | -3,04% | -0,60% |
Março de 2024 | -0,47% | -4,26% | -0,91% |
Fevereiro de 2024 | -0,52% | -3,76% | -0,45% |
Janeiro de 2024 | 0,07% | -3,32% | 0% |
IGP-M x construção civil
O IGP-M é utilizado de diferentes maneiras na construção civil, começando pelos reajustes contratuais (aluguel ou prestação de serviços).
Essas correções garantem que os valores pagos acompanhem a inflação e preservem o poder de compra.
Além disso, o indicador reflete as flutuações nos preços dos materiais. Por isso, deve ser usado por construtoras e empreiteiras no momento de elaboração dos orçamentos.
É, ainda, variável indispensável nas projeções financeiras e de planejamento de fluxo de caixa das empresas que atuam nesse mercado.
O IGP-M serve, também, como referência econômica para o segmento, ajudando na análise de viabilidade de novos projetos.
O índice traz uma visão sobre a inflação geral e setorial, tendo que ser estudado na tomada de decisões estratégicas.
Por fim, em contratos de longo prazo, como os de grandes obras, o indicador pode ser usado como base para renegociações, garantindo que os valores acordados inicialmente permaneçam justos ao longo do tempo.
Correção monetária de imóveis na planta
Quando um imóvel é adquirido na planta, o comprador, na verdade, está financiando a execução da obra.
Por isso, o contrato está sujeito à variação dos custos dos materiais. Assim, as parcelas podem ser corrigidas com base no INCC.
Entretanto, o índice não pode ser utilizado como juros e só deve ser empregado enquanto o empreendimento está em construção.
Após o imóvel ser entregue, o contrato passa a ser reajustado pelo IGP-M.
Vale lembrar, ainda, que a correção geralmente também utiliza na equação uma Taxa Referencial para os juros.
Aplicada nos financiamentos imobiliários, a porcentagem é calculada pelo Banco Central (podendo ficar zerada em certas situações).
Como o IGP-M é calculado?
Para calcular o IGP-M, a FGV IBRE leva em consideração a variação nos preços dos bens, serviços e matérias-primas empregadas nos setores da construção civil, agrícola e industrial.
Assim, o indicador nada mais é do que a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC). Entretanto, cada componente tem seu peso:
Vale destacar, ainda, que o INCC considera tanto a variação nos preços dos materiais de construção quanto as flutuações no custo com a contratação de mão de obra especializada.
Redação CNPL sobre artigo de Vinícius Veloso
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