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A ideia de uma semana de quatro dias ainda nem foi amplamente implementada, mas especialistas já preveem um novo salto na jornada de trabalho: a redução para 25 horas semanais.
A mudança seria impulsionada pelo avanço da inteligência artificial e, mais especificamente, pelos chamados gêmeos digitais, assistentes virtuais capazes de automatizar grande parte das tarefas rotineiras.
Assim como Henry Ford revolucionou a indústria automobilística no início do século XX ao reduzir a jornada de 48 para 40 horas e aumentar os salários, espera-se que a automação e a IA promovam uma nova transformação no mercado de trabalho, permitindo uma média de 3,5 dias de trabalho por semana.
Gêmeos digitais e o impacto na jornada de trabalho
Estudos já demonstram que a adoção da IA tem sido essencial para aumentar a produtividade das empresas.
De acordo com uma pesquisa recente, 30% das empresas que adotaram a semana de quatro dias utilizaram inteligência artificial para automatizar processos, tornando o modelo mais viável.
Além disso, 72% dos líderes que implementaram IA em larga escala relataram um aumento significativo na eficiência organizacional, enquanto apenas 55% daqueles que usaram a tecnologia de forma limitada notaram o mesmo impacto.
O CEO da Zoom, Eric S. Yuan, explica que a inteligência artificial que conhecemos hoje evoluirá para assistentes digitais personalizados, capazes de executar tarefas repetitivas e burocráticas.
Segundo ele, esses gêmeos digitais poderão redigir respostas para e-mails, decidir quais reuniões são realmente necessárias e até mesmo auxiliar em negociações de contratos, reduzindo a carga de trabalho dos profissionais.
“Os assistentes digitais baseados em IA serão equipados com nosso histórico de trabalho e conhecimento institucional, permitindo que priorizemos tarefas criativas e estratégicas, que realmente exigem um toque humano e tempo para reflexão”, afirmou Yuan.
A grande questão, segundo especialistas, não é se isso acontecerá, mas quando.
Assim como a linha de montagem de Ford transformou a produção industrial, a automação por meio da IA tem o potencial de redefinir a produtividade e a qualidade de vida no mundo moderno.
Redução da jornada e benefícios econômicos
A possibilidade de uma semana de trabalho reduzida não é apenas uma questão de conveniência, mas uma necessidade para o futuro do mercado de trabalho.
Em 2023, Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, já havia previsto que a redução para 3,5 dias de trabalho seria essencial para melhorar a produtividade e a qualidade de vida dos trabalhadores.
Embora muitas empresas ainda resistam a essas mudanças, temendo impactos na lucratividade, diversos estudos demonstram que a redução da jornada pode ser benéfica tanto para os trabalhadores quanto para a economia.
Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou que a redução da jornada de trabalho pode aumentar a produtividade dos funcionários e impulsionar setores como lazer e turismo, uma vez que os trabalhadores têm mais tempo para consumir bens e serviços.
Na Espanha, a redução para 37,5 horas semanais resultou em menor estresse para os trabalhadores e maior impacto positivo na economia sem perda salarial.
Outro exemplo vem da Coreia do Sul, onde, em 2018, a jornada de trabalho foi reduzida de 68 para 52 horas semanais.
O resultado foi um aumento expressivo no tempo livre dos trabalhadores e um crescimento no gasto médio mensal com atividades de lazer, que saltou de 15.000 wons para 151.000 wons.
O futuro do trabalho: mais tempo livre e maior produtividade
O avanço da tecnologia sempre esteve associado à redução do esforço humano e ao aumento da eficiência.
Assim como a mecanização das fábricas diminuiu a necessidade de trabalho manual no século XX, a inteligência artificial e os gêmeos digitais podem redefinir a forma como trabalhamos neste século.
A questão que permanece é: as empresas estarão dispostas a adotar essa mudança para o benefício de seus funcionários ou insistirão em manter jornadas longas, mesmo quando a tecnologia permitir uma redução sem impacto negativo na produtividade?
Se a história nos ensina algo, é que mudanças como essa são inevitáveis. Mais cedo ou mais tarde, o trabalho como conhecemos hoje será reformulado, abrindo espaço para uma nova realidade na qual a produtividade e a qualidade de vida andam juntas.
Redação CNPL sobre artigo de Vika Rosa / IGN
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