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Quem se beneficia com a rejeição da nova geração a CLT?

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  • 22 de julho de 2024

Benefícios da CLT são importantes para as parcelas mais pobre da população/Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 

 Todo e qualquer direito trabalhista perdido é um retrocesso enorme a caminho a escravização moderna

Que a burguesia odeia que o povo tenha direitos isso a gente já sabe, mas a cada dia que passa mais pessoas de origem humilde vem concordando com várias sandices que só as prejudicam.

Claro que isso não é uma mera coincidência ou uma epifania pessoal.

Produtos da indústria cultural financiados por pessoas ricas, coachs que vendem ilusão e youtubers direitistas de finanças são alguns meios para que a percepção da nova geração seja alterada de maneira significativa.

Um dos argumentos mais comuns contra a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), por exemplo, é dizer que tira dinheiro do trabalhador, que o governo rouba esse dinheiro para corrupção, que sem os direitos ao trabalhador iriam aumentar os empregos e outras inverdades nesse sentido.

O que eles esquecem de dizer é que, no país onde educação financeira é praticamente zero, o Estado “forçar” uma poupança é pensar no futuro do seu cidadão, direito a férias pagas, seguro-desemprego, décimo terceiro salário, licença maternidade/paternidade etc.

Sim, esses direitos podem ser conseguidos em negociações entre CNPJ, é verdade.

Contudo, volto e pergunto?

Qual parcela da população consegue exigir direitos de maneira tão minuciosa?

A mãe solo de três que mora na periferia e vê suas crianças passando necessidade e que só estudou até a terceira série terá esse discernimento?

Eu, particularmente, penso na CLT como uma forma contratual pré-definida que faz com que pessoas menos entendidas do assunto – a grande maioria da população brasileira – seja protegida de gente que quer explorar ainda mais o trabalho delas.

Fato é que qualquer direito trabalhista perdido só beneficia quem não é trabalhador.

E como eu falei no primeiro parágrafo deste artigo, quem não é trabalhador, na maioria das vezes, é burguês, e esses sim querem ter menos obrigações com quem ele explora para que a exploração seja ainda mais lucrativa.

Esse pessoal que tem muito dinheiro, e pouco trabalho, faz vários jogos de números para ludibriar quem, infelizmente, não tem conhecimento integral sobre os benefícios da CLT.

Quantos menos direitos assegurados pelo Estado você tem, mais vulnerável aos desmandos do seu empregador você está.

A elite do atraso chega no pessoal que ganham R$ 1.500 líquidos, com todos os direitos oriundos de ser CLT, fala que vão ganhar R$1.800 e omitem que em direitos eles tão perdendo mais de R$ 500.

O empregador economiza R$ 200 por funcionário de maneira direta, fora todas as isenções de responsabilidade.

A conversa é sempre a mesma: direitos quebram o empresário.

Isso foi dito quando começaram a discutir o fim da escravização africana, quando proibiram criança de trabalhar, quando reduziram a carga horária para oito horas e isso será dito a todo momento que o proletariado exigir uma vida mais digna.

Eu não estou dizendo que todos os trabalhadores em regime MEI e PJ são escravizados, não é isso.

Para alguns, ser CNPJ é vantajoso, mas isso é para uma parcela ínfima da população.

O grosso, que é quem faz o nosso país caminhar, será extremamente prejudicado, trabalhará mais, ganhando menos e sendo ainda mais descartável.

E qual parcela da população você vê sofrendo mais com isso? Preto e pobre.

No final será aquela classe média, com formação e contatos, conseguindo um pouco de direito, uma graninha, mas ainda assim vulnerável.

E quem é empobrecido e periférico aceitando qualquer coisa para poder levar o pão para casa.

Quando nos dermos conta, e se for tarde demais, situações que hoje são vistas como análogas à escravidão serão descritas pela burguesia como a forma mais eficaz de combate ao desemprego.

Redação CNPL sobre artigo de Luã Andrade