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Presidente da União Mundial das Profissões Liberais pontua gravidade da situação dos trabalhadores no Brasil na 106ª Conferência da OIT

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Em discurso na 106ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Eric Thiry, presidente da União Mundial das Profissões Liberais (UMPL) pontua a crítica situação dos trabalhadores no Brasil.

Confira na íntegra o discurso:  

Em primeiro lugar, quero felicitar o Sr. Luis Ernesto Carlos Rudy pela sua eleição para a Presidência da Conferência Internacional do Trabalho.

Agradeço também a Presidência da Conferência e ao Diretor Geral pelas acolhida que reservam a cada ano à União Mundial das Profissões Liberais.

Ao longo de sua existência, a Organização Internacional do Trabalho avançou decisivamente no diálogo social no mundo e levou todos os atores sociais a tomar cada vez mais consciência de que condições de trabalho satisfatórias não são apenas uma garantia de paz social, mas fundamentalmente essenciais para o desenvolvimento de toda a humanidade.

Apesar das normas internacionais adotadas através do trabalho incessante de delegações governamentais, de delegações de empregadores e trabalhadores, o senhor, como nós, sabemos que muitos desafios permanecem.

No ano passado, nesta mesma tribuna, eu disse que a União Mundial das Profissões Liberais estava preocupada com a crise global de refugiados que fez com que muitas pessoas tivessem que deixar suas casas para buscar segurança e hoje enfrentam problemas relacionados à integração, não só em outros ambientes, mas também no mercado de trabalho.

Esta preocupação é partilhada por toda a comunidade internacional, certamente.

Por isso, apoiamos plenamente a Conferência que, durante esta sessão, também discute a migração laboral e a contratação justa.

A União Mundial das Profissões Liberais está convencida de que a discussão geral sobre a governança da migração de mão de obra e e a contratação justa contribuirá de forma importante para o debate sobre migração que ocorrem em todo o globo.

Os profissionais liberais prestam assistência às pessoas que foram forçadas a abandonar seus lugares habituais de vida, seja na área da saúde, na área de assessoria jurídica na área de consultoria técnica, consultoria contábil, na área ambiental e outras áreas da vida.
A Organização Internacional do Trabalho já sublinhou que a participação efetiva dos principais atores da economia real em todos os níveis (local, nacional, regionais e inter-regionais) da governança da migração laboral é essencial para garantir uma migração transfronteiriça justa.

As organizações membros da União Mundial das Profissões Liberais se encaixam perfeitamente neste processo.
Profissionais liberais são o apoio de diferentes categorias de empregadores e de diferentes categorias de trabalhadores sob múltiplas tarefas que lhes são confiadas.

Suas organizações representativas em diferentes níveis contribuem para o diálogo social e para a implementação e monitoramento de políticas sobre a migração de mão de obra.
A União Mundial das Profissões Liberais também destaca o trabalho feito por seus membros, incluindo a integração dos objetivos de desenvolvimento sustentável identificados pelas nações unidas para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir a prosperidade para todos.

Sobre cada um dos 17 objetivos, os profissionais e as suas organizações representativas podem contribuir com a construção da Agenda 2030.

Na verdade, o lugar onde o profissional trabalha e atende seu cliente ou paciente é um lugar seguro, um oásis, um refúgio, um lugar onde o sigilo é garantido e, portanto, um lugar onde se pode expressar com segurança as necessidades individuais de cada ser humano e, por conseguinte, de um refugiado, de modo a obter um melhoramento do seu bem estar, melhores condições de vida, um apoio efetivo para a melhoria da saúde e do ambiente, bem como assistência valiosa e especializada para a busca de trabalho e conformidade com os requisitos mínimos para o cumprimento deste trabalho.
Isto significa que a União Mundial das Profissões Liberais responde à chamada que foi lançada pelo Diretor Geral da Organização Internacional do Trabalho em favor de uma “ecologização essencial do mundo do trabalho”

Os profissionais liberais também ressaltam a importância do relatório do Diretor Geral sobre “Trabalho e mudanças climáticas: a iniciativa verde”

Acreditamos também que a “ecologização do trabalho” deve ser um elemento-chave no futuro do trabalho.

Todos os agentes da sociedade, e nós também, partilhamos esta convicção.

A iniciativa do século sobre o futuro do trabalho vai atingir todo o mundo, além dos membros tripartites tradicionais da organização, universidades e outros interessados.
A este respeito, a União Mundial das Profissões Liberais, com o apoio de suas diversas organizações, trabalha sobre estes temas e está convencida de que não é mais possível hoje deixar de colocá-los no centro das preocupações a ecologização do trabalho como fator de desenvolvimento.

A realização de grandes eventos como a COnferência de Paris sobre o Clima, a Conferência do centenário da OIT em 2019, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, são marcos que nos levam em direção a um mundo melhor.
Os milhões de profissionais liberais no mundo, de forma individual ou agrupados em organizações locais ou regionais, ou representados no plano nacional ou internacional, estamos ansiosos para dar assistência valiosa para o desenvolvimento dos indivíduos, o diálogo e desenvolvimento social, o progresso técnico e científico, a proteção juridica e a preservação ambiental das nossas sociedades.
Devem-se destacar as relações no campo das profissões. Assim como no Brasil, onde a situação dos profissionais liberais é de falta de proteção e a reforma proposta pelo governo não somente precariza o trabalho como o transforma em forçado.

Com força e determinação, eu reafirmo aqui a disponibilidade da União Mundial das profissões liberais no que diz respeito à Organização Internacional do Trabalho de colaborar com a melhora concretas das condições de trabalho, especialmente à véspera do centenário da organização.

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