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Porto Digital fatura R$ 6 bi e mira expansão nacional

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  • 21 de março de 2025

Após inaugurar sede em Portugal, parque tecnológico do Recife busca parcerias para fortalecer sua presença em todo o Brasil

Reconhecido como um dos principais polos de inovação do Brasil, o Porto Digital está dando passos importantes para consolidar ainda mais sua presença na América Latina.

Localizado na área histórica de Recife, em Pernambuco, o parque tecnológico tem investido na expansão nacional, buscando parcerias em diversas regiões do país para fortalecer seu ecossistema em todo o território.

“Como parte do nosso planejamento estratégico, o objetivo é ter pelo menos uma unidade em cada região”, afirma Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, em entrevista ao Startups.

“Como parte desse movimento, buscamos sempre um parceiro local, seja público ou privado, e adotamos um modelo de mobilização popular, com foco no envolvimento das populações periféricas, na promoção da empregabilidade em larga escala e na inovação como catalisador de transformação social”.

Os primeiros passos já foram dados nessa direção, com a expansão do Porto Digital para Goiás e a inauguração de uma sede em Aveiro, Portugal, em outubro de 2024.

O hub internacional tem como objetivo conectar o ecossistema de tecnologia e inovação brasileiro ao mercado europeu, impulsionando parcerias estratégicas, atração de negócios e apoiando a internacionalização de empresas brasileiras.

“A ideia é que o Porto Digital Europa seja um espaço para empresas brasileiras que expandiram para a Europa e precisam de uma base no continente. O foco está em startups que já possuem clientes no Brasil, um produto robusto e validado, e que estão em fase de crescimento em novos mercados”, explica Pierre.

A unidade oferece soluções que facilitam a entrada de empresas no mercado europeu.

Entre os benefícios estão o acesso a informações exclusivas sobre editais de fomento, suporte contábil, fiscal e jurídico, além de consultorias especializadas, uma ampla rede de parceiros e participação em eventos e webinars.

No Brasil, o distrito de inovação também desenvolve diversas iniciativas para fortalecer o ecossistema de startups, incluindo ações em universidades, programas de incubação e projetos de inovação aberta com grandes empresas e instituições públicas.

“O primeiro passo é apoiar a educação e capacitação empreendedora nas instituições de ensino. Em seguida, trabalhamos no desenvolvimento de empresas early stage e, por fim, aquelas que estão em fase de tração”, conta Pierre.

Geração de valor

Com 475 empresas embarcadas, incluindo Deloitte, Bradesco e Solar Coca-Cola, o Porto Digital segue investindo em infraestrutura e programas de capacitação profissional, fatores essenciais para sua expansão e consolidação no Brasil.

Atualmente, são mais de 21.550 colaboradores, com a expectativa de abrir novas vagas ao longo de 2025, impulsionando o desenvolvimento econômico e a criação de empregos nas regiões onde atua.

“Nossa visão vai além do crescimento empresarial; queremos causar um impacto real na sociedade. Imagino que, em 20 anos, cerca de 50 mil pessoas trabalharão no Porto Digital em Recife. Considerando que a cidade tem 1,5 milhão de habitantes, isso representará um grande impacto na economia local, com mais geração de renda e fortalecimento da economia do conhecimento”, destaca Pierre.

No último ano, o faturamento anual das empresas do distrito de inovação cresceu 14%, alcançando a marca de R$ 6,2 bilhões.

O presidente do parque tecnológico ressalta que há desafios específicos a serem superados, distintos daqueles enfrentados por hubs de inovação menores.

“Existem diferentes modelos de parques tecnológicos. O Porto Digital se posiciona como um distrito de inovação e, por isso, um dos desafios é alcançar uma grande escala, com centenas de empresas e milhares de pessoas trabalhando no ecossistema”, explica.

No entanto, o objetivo não é apenas atrair pessoas para aumentar números.

Pelo contrário, o Porto Digital tem uma missão clara: promover e apoiar ecossistemas colaborativos que transformam o entorno por meio de novas tecnologias, economia criativa e ferramentas que melhoram a vida em sociedade.

“Não se faz inovação sem as pessoas. Para realmente resolver os problemas do país, gerar empregos e transformar o Brasil, precisamos incluí-las nesse projeto. O Brasil é um país que abraça a tecnologia e tem um mercado com enorme potencial devido ao seu tamanho. No entanto, para explorar essa oportunidade, é essencial investir em educação e empregabilidade – e é exatamente isso que buscamos com o Porto Digital”, pontua.

Redação CNPL sobre artigo de Gabriela Del Carmen / startaup.com.br