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O Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das organizações criminosas mais influentes do Brasil, está presente em 24 estados e no Distrito Federal, superando a rede de fast-food norte-americana McDonald’s, que opera em 23 das 26 unidades federativas.
Os únicos estados sem presença do PCC são o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro, este último dominado pelo Comando Vermelho.
As informações foram extraídas do Mapa das Organizações Criminosas de 2024, elaborado pelo Ministério da Justiça.
Desde sua chegada ao Brasil em 1979, o McDonald’s se tornou a maior rede de fast-food do país, contabilizando atualmente 1.020 unidades e aproximadamente 50.000 funcionários.
Em fevereiro de 2024, a companhia anunciou um faturamento de US$ 25,5 bilhões (equivalente a R$ 155 bilhões) e um lucro líquido de US$ 2 bilhões (R$ 12 bilhões), consolidando-se como a segunda empresa mais valiosa globalmente no setor de restaurantes.
Por outro lado, o PCC, fundado em 1993 na cidade de Taubaté (São Paulo), é considerado a maior facção criminosa do Brasil.
De acordo com o promotor Lincoln Gakiya, a organização possui até 40.000 membros e movimenta cerca de R$ 6 milhões anualmente.
Apesar das prisões de líderes significativos, como Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como ‘Marcola’, o PCC continuou a expandir sua influência tanto dentro quanto fora dos presídios.
A principal fonte de receita do grupo é o tráfico de drogas, embora atividades como roubos de carga, assaltos a bancos e sequestros também contribuam para seus lucros.
O PCC possui forte presença nas penitenciárias brasileiras, especialmente em São Paulo, onde cerca de 10 mil membros estão ativos em aproximadamente 90% das unidades prisionais.
Investigações indicam que a facção também tem ramificações em países vizinhos como Bolívia, Paraguai e Colômbia, dominando rotas importantes para o tráfico de drogas na América do Sul.
Esses braços operam sob diretrizes do PCC e mantêm uma estrutura organizacional semelhante à de uma empresa.
A influência do PCC se estende além do crime organizado e atinge esferas políticas.
Durante as eleições municipais de 2024 em São Paulo, a facção foi tema recorrente entre os candidatos à prefeitura.
O ex-coach Pablo Marçal (PRTB), ex candidato à prefeitura da cidade de São Paulo, enfrentou suspeitas sobre seu envolvimento com o PCC devido à ligação de seu partido com figuras controversas.
Em contrapartida, a campanha da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) também levantou questões sobre Marçal e sua conexão com a organização criminosa.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) mencionou que membros do crime organizado influenciaram votos em favor do candidato Guilherme Boulos (PSOL), adversário do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que acabou sendo reeleito.
Essa situação gerou acusações contra Tarcísio por suposto crime eleitoral.
A crescente violência associada ao PCC reflete seu poder e capacidade de ação.
Recentemente, um ex-integrante da facção foi assassinado no Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos. Vinícius Gritzbach era um delator cujas revelações comprometeram diversos envolvidos no tráfico e corrupção policial.
A habilidade do PCC em realizar execuções públicas e seu controle sobre comunidades demonstram sua força e extensão no cenário criminal brasileiro.
Dessa forma, fica evidente que a comparação entre uma facção criminosa e uma rede global de fast-food serve como uma metáfora poderosa para entender a magnitude das operações do PCC.
Sua estrutura sistemática é fundamental para sua capacidade de operar em uma escala tão ampla e impactante.
Matéria CNPL sobre artigo de Ricardo de Freitas
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