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(*) Eduardo Strang
Por ocasião da posse na frente parlamentar da avicultura, na Assembleia legislativa do Estado do Mato Grosso do Sul, tivemos acesso a informações que melhoraram nossa visualização da atual situação da avicultura no MS, atualmente exportador de carne de frango e importador de ovos, setores da avicultura no Estado.
Porto de Antofagasta – Chile
Perspectivas alvissareiras surgem na área de exportação desses produtos, já que com a futura criação da Rota Bioceânica (**), ficaremos mais próximos aos portos no Oceano Pacífico, o que nos trará, com certeza, uma grande vantagem como player nesse mercado crescente na Ásia (principalmente China, Japão, Coreia, Taiwan).
O Mercado de frango de corte, segue firmemente atrelado às Integradoras (***), sendo que no Estado temos três atuantes, todas empresas de economia aberta, e no setor de produção de ovos há, também, a presença de uma cooperativa, além de produtores avulsos.
Na prática, se o mercado se ampliar devido a nova rota de exportação, haverá a necessidade de aporte de novas integradoras, caso os ovos venham a se viabilizar como commodities.
Nesse cenário, teremos que investir em mais cooperativas e plantas que viabilizem a produção de ovos e derivados em pó, que é a forma adequada para que se viabilize a exportação deste produto perecível.
Ampliação do consumo
Obviamente, a China nos compra carne bovina, ainda que o consumidor de lá esteja mais habituado, em grande parte por fatores culturais, ao maior consumo de carne suína e de aves.
No caso chinês, uma maior demanda por carne bovina é recente, e no “jogo” do comércio internacional de commodities, a carne bovina se encontra mais suscetível a embargos de variados tipos por parte das autoridades chinesas, principalmente de ordem sanitária, por não ser a preferência alimentar dentro dos já citados padrões culturais locais.
Assim sendo, quando o governo chinês resolve endurecer o “jogo”, basta redirecionar o consumo e estimular a retomada de velhos hábitos alimentares, no caso o consumo de suínos e aves, que a mágica acontece. Ou seja, o consumo de carne suína e de frango cresce exponencialmente.
Portanto, a carne suína tem como panorama as mesmas oportunidades de mercado que a de frango, contando com integradoras locais acrescidas de duas cooperativas atuantes no estado, e alguns produtores avulsos, resultando em um sistema produtivo com arranjo mais elástico.
O associativismo e, principalmente, o cooperativismo podem ser a chave para aproveitar a mudança de pecuária para agricultura (principalmente a soja sobre áreas de pastagem) para que outras atividades pecuárias se fortaleçam no Estado.
E para isso ocorra com absoluto sucesso, os profissionais liberais da região são peças chaves.
Veterinários, zootecnistas e agrônomos na produção; veterinários na sanidade, na defesa e vigilância sanitária; administradores e advogados na condição e acompanhamento dos negócios, contabilistas, e – por que não? -, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, nos RH’s, além de médicos do trabalho na seleção e acompanhamento da força produtiva.
Isto posto, para além da entrada da soja em campos pastoris, há todo um panorama que se descortina a partir dessa mudança, em associação com oportunidade trazidas por boas políticas públicas e de relações internacionais.
A própria Rota Bioceânica, costurada com três outros países depois, de muitos estudos e fruto de diálogo ainda mais extenso, demonstram ser uma saída mais viável e factível para um escoamento mais eficiente e lucrativo para todos a cadeia de produção.
(*) Eduardo Barbosa Strang – 1º. Vice-Presidente da Confederação Nacional das Profissões Liberais – CNPL, Médico Veterinário e Membro das Frentes Parlamentares do Leite, da Suinocultura e da Avicultura da Assembleia Legislativa do Estado do Mato Grosso do Sul – ALEMS
(**) A Rota Bioceânica é um projeto de integração rodoviário, que parte de Porto Murtinho (MS), onde já está em fase de construção uma ponte sobre o Rio Paraguai, e tem como destino dois portos chilenos: o de Antofagasta e o de Iquique, atravessando o chaco paraguaio, a Argentina e transpondo a Cordilheira dos Andes para, enfim alcançar o território chileno.
(***) Integradoras são empresas do setor avícola que se especializam em realizar parcerias com o produtor rural, onde o mesmo entra com instalações e mão de obra, e a empresa entrega o “pintinho” com um dia de vida, a ração, cuida de toda parte sanitária e nutricional da criação, além das questões ligadas ao campo da genética.
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