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O cenário econômico neste início de ano, tanto do novo mandato de Dilma Roussef quanto do governo José Ivo Sartori, não é dos mais auspiciosos.
Em nível federal, além dos resultados ruins no período 2011/20014, inflação média de 6,2% ao ano, crescimento médio anual do PIB de 2,1%, déficit acumulado em transações correntes ao redor de US$ 280 bilhões e recrudescimento do desequilíbrio fiscal – (i) a economia do País encontra-se em estagflação e (ii) o recém lançado Programa de Investimento em Logística (PIL), diante da inexistência de uma agenda que discuta reformas estruturais-institucionais e marcos regulatórios, tem tudo para ser mais um dos ineficientes programas federais implementados nos últimos anos.
Em nível estadual, a crise estrutural das finanças públicas compromete não somente o funcionamento cotidiano da máquina pública, mas, principalmente, os imprescindíveis investimentos públicos para que a economia do Rio Grande do sul volte a ser pujante no cenário nacional.
Diante desse cenário adverso em que a União e o Estado gaúcho encontram-se combalidos para capitanearem a recuperação das economias nacional e regional, como o setor privado, mais especificamente os empresários, deve agir? Se os empresários resolverem postergar suas tomadas de decisão de investimentos, diga-se de passagem, diante de um cenário repleto de incertezas é racional, não somente 2015 será economicamente ruim, mas os próximos anos poderão ser ainda piores.
Conforme se costuma dizer, “é em tempos de crise que as oportunidades surgem”. Nesse particular, talvez o atual cenário de crise faça com que, contrariamente aos momentos de prosperidade em que as tomadas de decisão de investimento muitas vezes são equivocadas e realizadas por “efeito manada”, os acionistas e gestores das empresas racionalizem custos, invistam em tecnologia e na qualificação da mão de obra, se exponham menos a riscos (inclusive de alavancagem), etc.
Centrando o foco no rio Grande do Sul, os empresários e as lideranças sindicais empreendedoras gaúchas devem manifestar, conforme preconizava Keynes, seu animal spirits (impulsos para a ação e não inação) para a economia crescer com os “pés no chão”, pois, a despeito das adversidades conjunturais o Estado possui qualificado capital humano, parques científicos e tecnológicos e setores produtivos consolidados (tais como metal-mecânico e agronegócio).
(*) Professor da UFRGS, presidente do CORECON-RS e professor palestrante da Escola de Formação Sindical da CNPL
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