Generic selectors
Somente termos específicos
Buscar em títulos
Buscar em conteúdo
Post Type Selectors

Governo se articula para barrar projeto que altera lei do trabalho escravo

Outras notícias

...

Carro lançado no Brasil leva nota zero em segurança

O carro foi reprovado nos testes do Latin NCAP, sem pontuar suficientemente para receber nem mesmo uma estrela da organizaçãoImagem:…

A estranha história de uma microempresa que tem 303 ações trabalhistas

Supostos tomadores de serviços alegam que nunca tiveram relação com empresa; funcionários foram cadastrados anos depois em sistemas do governo…

Qual a importância da França e da UE para a exportação de carne bovina do Brasil?

O Farmnews apresenta os dados que mostram a importância da França e da UE para o mercado de exportação de…

TST garante direito à rescisão indireta de contrato por emprego ao receber salário menor no mesmo cargo

Com a rescisão indireta, o profissional tem direito à multa de 40% sobre o FGTS, seguro-desemprego e benefícios. Em recente…

A bancada do governo federal no Senado está se movimentando para barrar um Projeto de Lei cujo objetivo é alterar a legislação que define o conceito de trabalho escravo no Brasil. De autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR), o PL 432/2013 questiona a caracterização de “jornada exaustiva” e “condições degradantes” como crime e procura outro conceito para defini-lo.
 
O projeto estabelece que o descumprimento da legislação trabalhista não caracteriza trabalho escravo e que os bens adquiridos por meio dessa exploração sejam confiscados e revertidos a um fundo destinado ao combate à condição.
 
Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) afirma que o governo tem posição contrária ao conteúdo do PL, especificamente em relação à retirada das definições de jornada exaustiva e condições degradantes, e que os senadores do partido se articularão contra a sua aprovação nas audiências públicas sobre o tema, já confirmadas para serem realizadas. Ainda não há previsão para a votação do projeto.
 
Para Jucá, a definição atual é subjetiva e deveria ser alterada. “A jornada exaustiva varia de pessoa para pessoa. Alguém que trabalha até tarde no escritório, por necessidade, vira jornada exaustiva?”, questiona o parlamentar. “É a mesma coisa com a condição degradante. Não podemos deixar espaço aberto para considerações.”
 
A articulação contra o PL não se limita ao Senado. O secretário Nacional de Direitos Humanos da presidente Dilma Rousseff, Rogério Sottili, tem feito campanha por seu veto, pois considera que a mudança seria um retrocesso para o País. “Vamos mobilizar a sociedade brasileira e o governo para esclarecer a população e, sobretudo, os parlamentares. Tenho certeza que nenhuma das partes concordará com o mérito do projeto”, afirma ao iG.
 
O artigo 149 do Código Penal define o trabalho escravo da seguinte forma: submeter pessoas a trabalhos forçados, a jornadas exaustivas ou a condições degradantes de trabalho e impedir a locomoção de uma pessoa em razão de dívida contraída com o empregador.

 
Para a Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), a definição de “condição degradante” é um conjunto de situações que coloca em risco a saúde e a vida do trabalhador, sujeitando-o a condições desumanas de alojamento, alimentação, trabalho, saúde e segurança.
 
Já a “jornada exaustiva” caracteriza-se quando o trabalhador é submetido, de forma sistemática, a um esforço excessivo, com sobrecarga de trabalho e sem tempo suficiente para se recuperar fisicamente, o que pode causar danos à sua saúde ou mesmo colocar a vida em risco.
 
Movimento nacional
Na última semana de janeiro, a Conatrae divulgou uma campanha, com apoio do Ministério Público do Trabalho, chamada #SOMOSLIVRES, com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre a definição do trabalho escravo contemporâneo. O movimento defende que o conceito do crime, como previsto na legislação atual, está ameaçado por projetos em tramitação no Congresso, incluindo o PL 432 do senador Romero Jucá.
 
A campanha teve ampla divulgação nas redes sociais e é apoiada por personalidades como os artistas Wagner Moura e Camila Pitanga e parlamentares do PT e do PSOL. Além disso, o Conatrae tem em sua composição nomes importantes do governo, como os ministros da Defesa, Aldo Rebelo; da Agricultura, Kátia Abreu; e do Desenvolvimento Agrário, Previdência e do Trabalho, Miguel Rossetto.
 
Pesquisa do Instituto Ipsos divulgada na semana do lançamento da campanha concluiu que, apesar de a sociedade brasileira saber que o trabalho escravo ainda existe no País, a maioria da população não sabe responder com clareza o que caracteriza uma situação de escravidão.
 
Para o coordenador da Conatrae, Silvio Brasil, existe uma necessidade urgente de alertar para a existência do trabalho escravo urbano, que vem crescendo nos últimos anos. “Infelizmente, grande parte dos brasileiros ainda acredita que isso só acontece em zonas rurais”, conclui ele.
 
Fonte IG

]]>