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Marcio Pochmann, presidente do IBGE Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
A tensão entre os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o presidente do órgão, Marcio Pochmann, teve novo desdobramento na segunda-feira, 20, com a circulação de uma carta aberta que acusa a condução do órgão de ter “viés autoritário, político e midiático”.
As assinaturas já ultrapassam uma centena, sendo a maioria de gestores do órgão — coordenadores e gerentes —, e a expectativa é de chegar a 134, disse uma pessoa próxima aos servidores.
A escalada — em pleno feriado de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, onde está localizada a sede do instituto — dá mais uma indicação da gravidade da crise interna vivida no órgão.
No texto, os servidores expressam “apoio e solidariedade” aos diretores que pediram exoneração por não concordarem com a gestão de Pochmann.
Também manifestam solidariedade ao sindicato do IBGE, “que também tem sido constantemente atacado pela atual gestão”.
O pedido de exoneração da diretora, Elizabeth Belo Hypólito, e do diretor-adjunto, João Hallak Neto, no início do mês, teria ocorrido por discordâncias com a gestão de Marcio Pochmann na presidência do instituto.
Na ocasião, o sindicato que representa os trabalhadores do IBGE mencionou um agravamento da crise interna no órgão.
Servidores do IBGE, de postos-chave da gestão, vem questionando medidas de Pochmann como a criação do que vem sendo chamado de “IBGE Paralelo”.
Na carta, os servidores defenderam a qualidade do trabalho conduzido pelo órgão, frisando: “…somos absolutamente comprometidos com a qualidade das informações estatísticas e geocientíficas que produzimos até hoje; os dados produzidos no IBGE seguem princípios e metodologias confiáveis e internacionais”.
Eles reivindicam a imediata paralisação dos trabalhos da Fundação IBGE+, criada pela gestão atual como alternativa às demandas por recursos financeiros.
Os servidores criticam a criação da fundação e o uso do nome do IBGE “sem que houvesse ampla discussão sobre os possíveis riscos à autonomia e à confiabilidade dos dados”.
“O clima organizacional está deteriorado, e as lideranças encontram sérias dificuldades para desempenhar suas funções. Por isso, não vemos outro caminho senão solicitar o apoio da sociedade e a atenção das autoridades competentes para sanar a crise instaurada”, concluíram os servidores.
Nos últimos meses, o sindicato dos servidores do IBGE tem conduzido diferentes mobilizações de trabalhadores, incluindo paralisações temporárias.
Os servidores reivindicam diálogo e esclarecimentos da atual direção sobre medidas como a criação da fundação de direito privado IBGE+, alteração no estatuto do instituto, mudança de locais de trabalho de funcionários e extinção do trabalho totalmente remoto.
Redação CNPL sobre artigo de Juliana Garçon
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