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A demanda é puxada principalmente pelo comércio eletrônico, que requer mais centros de armazenagem e distribuição de mercadorias Foto: Tiago Queiroz/Estadão
A Log Commercial Properties está concluindo neste trimestre as obras de três galpões logísticos que já foram totalmente locados antes mesmo da entrega da obra, algo inédito na história da empresa e que reforça como este mercado está aquecido.
Ao todo, os imóveis têm 103 mil m², o equivalente a cerca de 13 campos de futebol, e ficam nas cidades de São Paulo, Curitiba e São José dos Pinhais (PR). Entre os locatários estão Amazon, Shopee, Mercado Livre e Santa Cruz Medicamentos.
Mesmo após vários anos seguidos de crescimento, o Brasil ainda sofre com uma demanda reprimida por imóveis deste tipo, afirmou o presidente da Log, Sergio Fischer.
“O México tem um estoque de galpões três vezes maior que o nosso. Nos Estados Unidos, há regiões com mais galpões que no Brasil inteiro”, comparou.
Por aqui, a demanda é puxada principalmente pelo comércio eletrônico, que requer mais centros de armazenagem e distribuição de mercadorias.
Depois de se instalarem no Sudeste, muitas varejistas têm buscado pontos nas regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste, com o intuito de atender aos pedidos de entregas rápidas em mais capitais, regiões metropolitanas e cidades relevantes do interior.
Além disso, ainda há muitas empresas instaladas em imóveis antigos e que buscam migrar para galpões mais modernos, com mais espaço para estocagem, trânsito de caminhões e segurança, disse Fischer.
Empresa entregou 189 mil m² em 2024
No quarto trimestre do ano passado, a Log já havia entregado obras equivalentes a 189 mil m², com 90% pré-locado, uma demanda que chamou atenção de investidores e analistas de mercado.
Os imóveis estão em Recife, Ribeirão Preto (SP) e São Bernardo do Campo (SP). O aluguel saiu na média de R$ 28,8/m².
As locações deste primeiro trimestre saíram entre R$ 20/m² e pouco mais de R$ 30/m².
Eles vão virar receita no balanço do segundo trimestre. Fischer disse que houve desconto e concessão de carência em alguns casos em que os inquilinos também fecharam contratos de aluguel de outros empreendimentos.
“A negociação é do jogo, sempre existiu. Estamos dispostos a fazer para ajudar os clientes”, explicou.
O presidente da Log acrescentou que não há sinais de desaquecimento do mercado.
A demanda, segundo ele, seria suficiente para mais dez anos de investimentos em novos projetos.
Pela frente, a Log tem um plano de investir R$ 3,5 bilhões para a construção de empreendimentos que totalizam 2 milhões m² entre 2025 e 2028.
O dinheiro virá, essencialmente, da venda de projetos já entregues e em operação.
A ideia é movimentar cerca de R$ 1 bilhão com vendas de ativos no ano, valor em linha com o volume anual de investimentos da empresa em novos projetos. Com o cenário de juros altos, Fischer disse que as negociações serão mais duras e demoradas este ano, mas vão sair.
“Aí que vamos mostrar como nossa tese está correta”.
Redação CNPL sobre artigo de Circe Bonatelli / Broadcast)
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