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Direita, centro, esquerda? Saiba quem levou as prefeituras nos 100 municípios mais ricos do agro

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Resultado do primeiro turno indica concentração de prefeitos em partidos como União e PL

 O União Brasil e o PL ganharam quase metade das prefeituras dos 100 municípios mais ricos do agronegócio do País.

Os partidos venceram em 47 cidades com maior Valor da Produção Agrícola (VBP) nacional.

O União venceu em 25, ou um quarto do total, e o PL levou a vitória em 22.

Os números reiteram a predominância da centro-direita nos municípios agrícolas e o alinhamento de líderes e entidades do setor produtivo ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Juntos, estes municípios concentram 16% do VBP nacional, somando R$ 130,405 bilhões do total de R$ 814,508 bilhões.7

Levantamento feito pelo Estadão/Broadcast Agro cruzou dados dos municípios com maior valor da produção da pesquisa anual de Produção Agrícola Municipal (PAM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes a 2023, com os dados de votação das prefeituras de cada município disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na sequência entre os partidos que conquistaram maior número de prefeituras nos municípios mais ricos do agro, o MDB aparece com 18, distribuídas sobretudo em Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Do total das 100 cidades que figuram no ranking, o Republicanos e o Partido Progressistas (PP) ganharam o comando municipal em oito municípios cada, em especial em Mato Grosso, Maranhão, Minas Gerais e Bahia.

O PSD, que elegeu o maior número de prefeitos no primeiro turno, ganhou em apenas quatro dos 100 municípios mais ricos do agro, sendo dois na Bahia.

Também aparecem nesse recorte de municípios, prefeitos do PSDB, PSB, PT, Democracia Cristã e Partido da Renovação Democrática (PRD), mas em menor proporção.

Somando as legendas alinhadas ao Centrão, o grupo de partidos políticos responde por 66 das prefeituras dos 100 municípios mais ricos do agronegócio – considerando União Brasil, MDB, Republicanos, PP e PSD.

Ainda entre os 100 municípios, um terá disputa definida no segundo turno, em outros dois o pleito eleitoral está sub judice e na capital federal não há eleição para prefeito.

No topo da lista com maior valor da produção agrícola está Sorriso (MT), polo produtor de grãos, onde foi eleito o prefeito Alei Fernandes (União Brasil), com 51,33% dos votos válidos.

Entre os 10 maiores VBPs da lista, o placar de partidos é de quatro prefeituras conquistadas pelo União Brasil (Sorriso, Diamantino, Nova Ubiratã e Nova Mutum, todas em Mato Grosso), duas para o PL (Campo Novo dos Parecis, MT, e Jataí, GO), e um município cada para PP (São Desidério, BA), Republicanos (Sapezal, MT), MDB (Rio Verde, GO) e PSD (Formosa do Rio Preto, BA).

O líder entre as legendas com maior presença nos municípios agrícolas, o União Brasil, liderou em prefeituras conquistadas em Mato Grosso, maior Estado produtor de grãos e carne bovina do País, em 16 municípios.

O União venceu também em quatro dos municípios mais ricos do agro de Goiás.

Em comum, ambos Estados são liderados por governadores do União e com gestões bem avaliadas entre a população local, Mauro Mendes em Mato Grosso e Ronaldo Caiado em Goiás.

O PL teve a sua maior presença entre os municípios mais ricos do agro em Mato Grosso, onde conquistou 10 prefeituras com os maiores VBPs agrícolas.

Economia e costumes 

Para o consultor político e diretor-executivo da Action Consultoria, João Henrique Hummel, o resultado reflete as estruturas dos Estados de economia intrinsecamente agrícolas, como Mato Grosso.

“A forças desses partidos nos municípios vem da estrutura dos Estados que estão localizados em áreas de maior representatividade do agronegócio. E o agro se aproveita desse movimento para ter representatividade junto às forças políticas”, afirmou Hummel.

Ele foi um dos fundadores da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e acompanha as relações entre agronegócio e política.

O consultor observa que o maior alinhamento do agronegócio aos partidos de centro-direita deve-se à pauta econômica – de menor intervenção estatal – e de costumes – ligada a armamento, segurança e direito à propriedade privada.

“O centrão vai ser o grande parceiro do agro, porque a agricultura ganha, cada vez mais, importância no cenário internacional e no sistema macroeconômico do País. Como os partidos do centrão são pragmáticos terão de se aproximar da agricultura para dar sustentação à economia brasileira”, observou.

Redação CNPL sobre artigo de Isadora Duarte / Broadcast