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A inteligência artificial não é mais tendência. É infraestrutura. Ignorá-la hoje equivale a ignorar a contabilidade no século XX
Vivemos o que pode ser considerada a terceira grande revolução cognitiva da história humana – primeira foi a linguagem; a segunda, a escrita.
Agora, a inteligência artificial.
Diferentemente de outras tecnologias que expandem a capacidade física humana, como a roda ou a máquina a vapor, a IA expande diretamente nossa cognição.
É um salto qualitativo, não apenas quantitativo.
Assim como a prensa de Gutenberg democratizou o conhecimento e remodelou a Europa moderna, a IA está democratizando o acesso à análise, à predição e à decisão informada.
E, se os motores da Revolução Industrial eram de carvão e aço, os da Revolução da Informação são de dados e algoritmos.
A diferença é que, agora, os algoritmos estão aprendendo (sozinhos).
De Wall Street a Shenzhen, a inteligência artificial está redesenhando os contornos do sistema financeiro global.
Bancos de investimento utilizam machine learning para prever movimentos de mercado com base em dados não estruturados – de tweets a imagens de satélite.
Hedge funds algoritmizados, como os da Renaissance Technologies, vêm superando benchmarks há anos, muitas vezes operando sem qualquer intervenção humana direta.
Na China, a Ant Financial implementou sistemas de IA para concessão de crédito que processam milhares de variáveis em segundos – do histórico de consumo à atividade social – e fazem isso com inadimplência inferior à média de instituições tradicionais.
O Banco Central Europeu já estuda o uso de modelos generativos para simular crises bancárias e antecipar riscos sistêmicos. E ainda estamos nos primeiros capítulos dessa história.
A realidade no Brasil: Um setor em transformação
No Brasil, a adoção da IA avança mais rápido do que parece. Enquanto o setor bancário já colhe os frutos de bots e RPA (automação robótica de processos), o mercado de capitais ainda está em transição.
Mas os sinais são claros: a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a usar IA para detectar fraudes e manipulações de mercado com base em padrões atípicos.
As gestoras quantitativas crescem em relevância. E nas boutiques de estruturação, o salto de produtividade começa a ser exponencial.
É nesse contexto que a bamboo DCM se posiciona na fronteira da inovação: incorporamos a inteligência artificial não como acessório, mas como fundação.
Nossa atuação – centrada em estruturações complexas de dívida, como CRIs, CRAs e debêntures – tradicionalmente exigia horas de trabalho manual para análise de garantias, fluxo de caixa, histórico de adimplência e conformidade com marcos regulatórios.
Hoje, operamos com uma plataforma proprietária baseada em IA que automatiza e refina esses processos.
Algoritmos de NLP (Processamento de Linguagem Natural) escaneiam documentos legais e financeiros identificando cláusulas críticas, riscos e inconsistências.
Modelos de extração de dados monitoram emissões, perfis de investidores institucionais e dados de mercado para ajudar a achar o melhor investidor para cada de ativo.
A incorporação da IA ao nosso core operacional alterou profundamente a forma como lidamos com os desafios históricos do mercado de capitais.
Onde antes havia fricção, hoje há fluxo.
Onde antes havia opacidade, agora há clareza.
A seguir, alguns dos principais pontos de inflexão que a tecnologia nos permite sonhar – e que estão redesenhando o cotidiano da estruturação de dívida:
1. Transparência e acesso à informação
Dados financeiros antes fragmentados e desatualizados agora são capturados, estruturados e atualizados automaticamente, elevando o nível de confiabilidade para emissores e investidores.
2. Liquidez no mercado secundário
Com maior visibilidade de risco e padronização de informações, as emissões estruturadas tornam-se mais acessíveis para negociação. A IA viabiliza precificação dinâmica e maior confiança no valor dos ativos.
3. Redução da burocracia e do atrito operacional
Processos antes conduzidos manualmente – da análise de garantias à formalização de operações – agora fluem com automação inteligente, reduzindo custos, prazos e riscos operacionais.
4. Precificação baseada em evidências
Algoritmos proprietários criam referências e benchmarks com base em dados históricos e contexto de mercado, tornando a precificação de ativos estruturados mais objetiva e auditável.
5. Análise de crédito com profundidade e velocidade
Modelos preditivos aplicados a grandes volumes de dados comportamentais e históricos oferecem uma nova camada de leitura de risco, antes impossível de alcançar com recursos exclusivamente humanos.
6. Acesso a oportunidades de forma mais democrática
A tecnologia elimina barreiras informacionais, permitindo que novas ofertas de dívida ganhem visibilidade além dos canais bancários tradicionais.
Em analogia biológica, é como se o cérebro da operação tivesse passado por uma neurogênese artificial.
Os mesmos neurônios (nossa equipe) agora operam com uma nova camada sináptica de IA – mais rápida, analítica e estratégica.
O impacto da inteligência artificial vai além da eficiência operacional. Ele toca em pilares fundamentais do mercado de capitais:
Transparência – Análises mais padronizadas e auditáveis reduzem a assimetria de informação entre originadores, investidores e reguladores.
Confiança – Dados estruturados e validados por IA têm menor probabilidade de erro ou viés. Isso eleva a confiança nas emissões e valoriza os ativos.
Liquidez – Ao aumentar a previsibilidade e reduzir os riscos ocultos, a IA melhora a precificação e estimula a negociação secundária de ativos estruturados.
Inclusão – Originadores menores, antes marginalizados por falta de estrutura, agora podem acessar soluções sofisticadas com menor custo marginal.
Ser pioneiro exige mais do que adoção tecnológica. Exige visão, cultura e ética.
Acreditamos que o valor gerado pela IA não está apenas nos algoritmos, mas na combinação entre tecnologia e inteligência humana.
Não terceirizamos decisões – aumentamos a inteligência da decisão.
Estamos construindo uma nova forma de fazer estruturação de dívida no Brasil: mais ágil, mais técnica, mais confiável. Isso exige não apenas código, mas convicção; a convicção de que o futuro dos mercados será híbrido – entre humanos e máquinas – e que quem souber orquestrar essa sinfonia será protagonista.
A inteligência artificial não é mais tendência.
É infraestrutura. Ignorá-la hoje equivale a ignorar a contabilidade no século XX.
Empresas que a abraçam cedo ganham vantagens cumulativas, como juros compostos sobre eficiência, confiabilidade e escala.
Se a revolução está em curso, nós preferimos estar na dianteira – com algoritmos no coração e pessoas na alma.
Redação CNPL sobre artigo de Felipe Moraes / bamboo DCM
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