Generic selectors
Somente termos específicos
Buscar em títulos
Buscar em conteúdo
Post Type Selectors
Buscar em posts
Buscar em páginas

China ficou famosa por suas longas jornadas de trabalho; agora, solução tem sido dispensar os funcionários no horário

Outras notícias

...

Mercado de trabalho aquecido esconde precarização e polarização em vagas

Somada à inflação de alimentos, tendência ajuda a explicar queda na popularidade de Lula, sugere estudo Protesto de motoboys em…

Projeto busca incluir tempo gasto em trajeto até a firma no pagamento da jornada de trabalho ‘CLT’

Proposta está em análise na Câmara dos Deputados. O Projeto de Lei 236/2025, protocolado na Câmara dos Deputados, em Brasília,…

Brasil descarta moeda comum do BRICS

Brasil descarta moeda comum do BRICS Sob a presidência do Brasil em 2025, o bloco econômico dos BRICS (Brasil, Rússia,…

Cartão de desconto deve ficar fora do alcance da ANS, diz gigante do setor

Agência reguladora encerra consulta pública sobre o tema na próxima semana 29 Cartão de Todos oferece descontos em serviços de…
  • 31 de março de 2025

Algumas empresas estão tomando medidas drásticas.

Reduzir a jornada de trabalho parece ser um caminho sem volta que muitos países decidiram seguir.

Até mesmo aqueles cuja dedicação profissional parecia inabalável estão surpreendendo o mundo com medidas para diminuir a carga horária.

A China é um desses países que propôs, inesperadamente, reduzir suas horas de expediente.

No Ocidente, a jornada de trabalho de oito horas começa a ser vista como um resquício do século passado, e há uma crescente luta por jornadas mais curtas.

Já na China, a cultura do 996 ainda está muito viva: trabalhar das nove da manhã às nove da noite, seis dias por semana.

Segundo a Ethic, esse ritmo de trabalho está levando a sociedade chinesa ao limite, contribuindo para a queda da taxa de natalidade em um país que, por anos, enfrentou o cenário oposto.

Apesar dos esforços das autoridades para erradicar a cultura 996 no ambiente de trabalho, os resultados ainda não apresentaram muito sucesso.

De acordo com o South China Morning Post (SCMP), algo inusitado vem acontecendo na DJI, fabricante chinesa de drones, desde o final de fevereiro.

Às nove da noite, um grupo de gerentes de recursos humanos percorre a sede da empresa em Shenzhen em busca de funcionários que ainda estejam no local.

A missão deles é garantir que todos os funcionários, sem exceção, deixem seus empregos e voltem para casa.

Em vez de evacuar o prédio por razões de segurança, os funcionários são “convidados” a deixar seus cubículos para cumprir uma nova regra: ninguém pode trabalhar além da sua carga horária estabelecida.

A culpa é do neijuan — e não, esse não é o nome do gerente de recursos humanos da empresa.

O termo, que poderia ser traduzido como “involução”, refere-se à necessidade de reduzir a concorrência excessiva em determinadas áreas da economia, como explica o SCMP.

A medida faz parte da nova política econômica da China, que busca reduzir a concorrência excessiva em certos setores, como tecnologia e energia renovável.

Nessas áreas, as empresas acabam investindo recursos desnecessários sem obter melhorias significativas em lucratividade ou pesquisa e desenvolvimento.

Como resultado, a equipe é sobrecarregada sem que haja avanços concretos, tornando a competição ineficiente.

Isto é algo sem precedentes na China. Até recentemente, era comum ver escritórios da DJI iluminados até altas horas da madrugada, com funcionários estendendo suas horas até o infinito.

Agora, a imagem é muito diferente e chocou muitos, que começaram a comentar nas redes sociais.

O meio de comunicação asiático destacou a publicação de um trabalhador surpreso com a medida, que disse: “foi a primeira vez que fui expulso do escritório”.

Outros gigantes da tecnologia estão se juntando. Embora a cultura de trabalho 996 seja apoiada por figuras proeminentes na indústria de tecnologia chinesa, como Jack Ma, mais e mais empresas internacionais, como Haier e Midea, estão aderindo ao apelo do governo chinês para limitar as horas de trabalho de seus funcionários.

De acordo com fontes do SCMP, a Haier teria ordenado que todos os funcionários da sede tivessem dois dias de descanso no fim de semana, enquanto a Midea começou a exigir que os trabalhadores registrassem a saída às 18h20 em vez de 21h.

Redação CNPL sobre artigo de Maria Eduarda Pitão / IGN