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Acordo para fornecimento de medicamentos de alto custo é finalizado no Supremo

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  • 21 de outubro de 2024

Medida visa a racionalização do sistema judicial da saúde.

O STF concluiu o julgamento de dois recursos de repercussão geral (temas 6 e 1.234), ambos relacionados ao fornecimento de medicamentos pelo SUS.

O acordo, celebrado em cerimônia realizada pelo Supremo, no dia 17/10, também marcou a homologação de um acordo interfederativo que busca transformar a atuação da Justiça e do Estado para melhorar os serviços públicos de saúde.

Em setembro, no julgamento do tema 6, vinculado ao RE 5.66.471, o STF estabeleceu diretrizes para a concessão de medicamentos registrados pela Anvisa, mas não incluídos no SUS, sem levar em conta o custo.

As decisões devem ser fundamentadas em avaliações técnicas com base na medicina baseada em evidências.

Ainda em setembro, no julgamento do tema 1.234, tratado no RE 1.366.243, o STF homologou um acordo que envolve União, estados e municípios, visando facilitar a gestão dos pedidos de fornecimento de medicamentos.

O acordo prevê a criação de uma plataforma nacional que integrará todas as demandas de medicamentos.

Judicialização da saúde

O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que a judicialização da saúde é um dos maiores desafios do Judiciário.

“Não há solução juridicamente fácil nem moralmente barata”, pontuou.

Em 2020, cerca de 21 mil ações judiciais sobre saúde eram registradas mensalmente; em 2024, esse número subiu para 61 mil, totalizando 600 mil ações anuais.

“Esses números são impressionantes”, avaliou.

Segundo Barroso, a ausência de critérios claros para tratamentos onera o Judiciário e o sistema de saúde, causando impactos sociais, econômicos e administrativos.

Com recursos limitados, é crucial maximizar a eficiência das políticas de saúde.

O Tribunal está focado em garantir igualdade no acesso, já que decisões individuais podem prejudicar o acesso universal.

Barroso destacou que, enquanto em outros países a saúde é tratada administrativamente, no Brasil, a Constituição Federal garante o direito à saúde e impõe deveres ao Estado.

Esforço coletivo

O acordo sobre o tema 1.234, referente à repercussão geral, foi resultado de oito meses de trabalho, coordenado pelo gabinete do ministro Gilmar Mendes.

“Resultados dessa magnitude só são alcançados com esforço coletivo”, afirmou Mendes durante a cerimônia.

Ele também ressaltou que tais conquistas reforçam a convicção de que é possível construir uma sociedade justa e solidária.

Gilmar destacou que a implementação dos temas de repercussão geral e o fortalecimento do SUS ainda demandarão esforço e dedicação.

Ministério da Saúde

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que este é um marco para o SUS.

“É gratificante ver a conclusão desse processo”, disse.

Ela ressaltou que o acesso igualitário a medicamentos é uma pauta sempre reafirmada pelo governo Federal.

AGU

O advogado-geral da União, Jorge Messias, destacou a importância do acordo para pacificar a cooperação entre os entes federativos e enfrentar o alto volume de ações judiciais na área da saúde.

“Estamos corrigindo as falhas do serviço público para que o direito à saúde seja exercido de forma adequada e rápida”, afirmou Messias.

Ele acrescentou que a decisão do STF fortalece o SUS e beneficia a sociedade. 

Redação CNPL com informações do STF.