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Durante dois dias (28 e 29/5), dirigentes sindicais e trabalhadores, representando Centrais Sindicais internacionais e brasileiras, Confederações, Federações e Sindicatos de trabalhadores, se reuniram em São Paulo, na sede do Sindicato dos Contabilistas, para discutirem e debaterem o momento brasileiro, sua realidade, perspectivas e soluções através do Fórum Sindicalismo, Política e Cidadania, em contato direto com pensadores, acadêmicos e agentes do movimento sindical brasileiro e mundial.
O panorama econômico, que tem influído de forma direta nos rumos da política nacional, foi tema de muita discursão e reflexão na palestra de Fernando Ferrari Filho, economista, professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, que abordou os “Desafios e perspectivas, no curto e médio prazo, para a economia brasileira”.
“A ideia desse encontro é tentar mostrar o que foi o governo Dilma Roussef, entre 2011/2014, no que diz respeito aos principais resultados econômicos. O objetivo, nesse sentido, é evidenciar que houve uma piora sob a ótica de crescimento econômico, do controle inflacionário e dos desequilíbrios fiscais e internos. A partir desse diagnóstico, tentar traçar um cenário de perspectivas econômicas para o segundo mandato, 2015/2015, e nesse caso em particular, a tendência é mostrar que tudo leva a crer que teremos indicadores econômicos ainda piores, comparativamente ao primeiro mandato por dois motivos: o diagnóstico dos problemas econômicos foi mal realizado, centrado fundamentalmente no ajusto fiscal, e se pretere qualquer mudança mais substancial em mudanças estruturais e também no que diz respeito à coordenação de política macroeconômica, mais especificamente monetária e cambial. Em síntese, mostramos que o cenário que se vislumbra no segundo mandato de Dilma é, infelizmente, com uma tendência de deterioração das variadas macroeconômicas”, explicou Ferrari.
Posicionamento político e divisão de Classes
Todos nos lembramos com bastante clareza das cicatrizes deixadas no tecido social e político brasileiro em razão da forte polarização ocorrida nas últimas eleições gerais em 2014, que motivou, em nível nacional, a necessidade e a urgência de tomadas de posições e definições do papel dos políticos e dos cidadãos na construção da nossa cidadania visando a plenitude democrática. Esse foi o pano de fundo para a palestra do professor da Universidade Estadual Paulista – Unep, sociólogo e escritor, Giovanni Alves, que trouxe o tema “Posicionamento, divisão de classes: quem somos? De que lado estamos?”, uma importante reflexão sobre o nosso atual momento.
“A discussão sobre quem nós somos é um tema importante porque isso implica a questão da consciência política, em um momento em que o País passa por uma conjuntura de muitos conflitos sociais, de muitos impasses políticos. Então, é importante que cada cidadão, cada trabalhador, tenha essa perspicácia de saber, afinal de contas, quem ele é e como ele pode se inserir nas organizações que representam os interesses de classes. Vivemos em uma sociedade de classes, portanto temos de fortalecer nossas entidades, e aqui mostramos que pertencemos ao mundo do trabalho, que é um mundo que temos de defender a partir de nossas organizações que são os sindicatos e os partidos. A classe trabalhadora tem uma necessidade hoje, maior do que nunca, de se unir para buscar, lutar e negociar por seus interesses em um mundo cada vez mais contraditório, desigual e de fortes disputas de classe”, alertou Alves.
Conhecendo o sindicalismo e entendendo a política
A história e a importância do movimento sindical e os meandros do processo e do ambiente político em todos os níveis foi o tema, primordial para a atuação do dirigente sindical, abordado por André Santos, assessor Parlamentar da CNPL e do DIAP – Departamento Intersindical de assessoria Parlamentar, em suas palestras (uma em cada dia do evento) “A história dos movimentos sociais e o sindica lismo brasileiro na atualidade – conquistas e desafios” e “Análise de conjuntura / ambiente político / quem é quem no processo decisório?”.
“Aqui, discutimos a conjuntura nacional como um todo, como o Poder Executivo está estruturado em relação as defesas do movimento sindical dos trabalhadores, ou não; como se dá essa relação dentro do governo e também essa relação dentro do Poder Legislativo; a atuação das bancadas empresarial e sindical que disputam dentro do Legislativo as suas pautas preferenciais e como isso reflete junto à classe trabalhadora. Nessa análise, também avaliamos a atuação dos partidos e o acompanhamento das reformas políticas e econômicas que estão em curso, visando sempre estimular a politização tanto do trabalhador, quanto do cidadão”, destacou Santos.
Sindicalismo em ação e em destaque
A assessora Jurídica e Sindical da CNPL, Zilmara Alencar, que também atua como consultora especialista em Relações de Trabalho, sempre gosta de destacar em suas palestras sobre a necessidade de o movimento sindical brasileiro retomar o seu protagonismo político e social que desfrutava quando das lutas pela redemocratização da sociedade brasileira. Esse chamamento serviu como a base de sua intervenção no Fórum, falando sobre “As entidades sindicais e as transformações no mundo do trabalho”. A palestra também compreende um amplo leque sobre questões jurídicas fundamentais para a atuação das entidades sindicais.
“As transformações ocorridas mundo afora, impõem ao movimento sindical algumas mudanças, e foi sobre esse tema crucial que nos debruçamos aqui nesse Fórum apresentado pela CNPL, haja vista que o sindicalismo se encontra, justamente, em um momento de constantes mudanças nas relações de trabalho, necessitando de uma postura mais atuante, mais antenada dentro desse universo global, com alterações legislativas marcantes. Exemplo disso é o caso da terceirização, que está vindo aí, trazendo em seu bojo regras que incentivam a pejotização , com a desproteção social do trabalhador, exigindo uma forte atuação sindical no combate a qualquer tipo de legislação, ou forma de trabalho que precariza essas relações. Aos sindicatos cabe abraçar essa luta”, conclamou Zilmara Alencar.
A CNPL e o sindicalismo em escala global
Se há uma certeza em relação à globalização é que, hoje em dia, as mazelas que preocupam as classes trabalhadoras são praticamente as mesmas em todo o mundo. Nesse caso, a inserção de uma entidade sindical, ainda mais do porte da CNPL, que representa 51 categorias profissionais e mais de 15 milhões de trabalhadores, no movimento sindical global é questão fundamental e inadiável. Esse cenário foi o tema da palestra de Luís Eduardo Gautério Galo, ex-presidente da CNPL e atual assessor de Relações Internacionais da entidade que falou sobre “A CNPL e a Visão do Sindicalismo Global”, contextualizando as ações e estratégias da entidade frente aos desafios do universo do trabalho em escala mundial.
“Tivemos a oportunidade aqui em São Paulo, durante esse Fórum, de trazer aos companheiros do movimento sindical, informações e atualização de dados a respeito do movimento sindical internacional, das centrais sindicais, do seu papel frente à Organização Internacional do Trabalho – OIT, e principalmente dar conhecimento aos companheiros, do papel da CNPL dentro desse movimento, da sua responsabilidade como a única Confederação Nacional de Trabalhadores filiada tanto à CSA – Confederação Sindical das Américas e CSI –Confederação Sindical Internacional, o que nos transforma em um modelo de referência no movimento sindical brasileiro e mundial na representação das categorias diferenciadas, que é como são reconhecidas as profissões liberais no cenário do trabalho mundial”, concluiu Gallo.
Assessoria de Imprensa / Comitê de Divulgação CNPL
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