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A Confederação Nacional das Profissões Liberais– CNPL, iniciou a sua participação, pelo segundo ano consecutivo, no Fórum Social Temático, que acontece entre os dias 21 e 26/1, em Porto Alegre (RS).
O tema deste ano de 2014 é “Crise Capitalista, Democracia, Justiça Social e Ambiental”. O Fórum Social se propõe a ser um espaço de debates, articulação, proposição e luta, denunciando todo tipo de exploração e discriminação na defesa de outro mundo possível.
Trabalhadores de todo o Brasil, e também do exterior, compareceram ao Centro Cultural Usina do Gasômetro, às margens do rio Guaíba, em dia de forte calor, local onde estão centralizados os debates referentes ao Espaço Mundo do Trabalho, para participar das oficinas oferecidas pela CNPL.
Neste primeiro dia as palestras tiveram como fio condutor o tema “Os impactos da crise capitalista nas economias emergentes” e apontaram seus reflexos nas relações de trabalho tanto no Brasil quanto em escala global.
O primeiro palestrante do dia, o professor titular de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, e pesquisador do CNPq, Fernando Ferrari Filho, apresentou um amplo painel sobre a grande recessão mundial e seu impacto na economia brasileira.
Para Fernando Ferrari, este impacto está sendo mais sentido em razão de políticas contracíclicas centradas essencialmente em consumo e recessão ou desaceleração dos principais parceiros comerciais.
“ A ausência de Investimentos públicos em serviços básicos (educação e saúde) e infraestrutura (mobilidade urbana, estradas, portos etc.), saneamento, energia e habitação, entre outros refletem o atual cenío de descaso com a questõ macroeconômica. Precisamos urgentemente de melhores instrumentos de governança. Em suma, mudanças estrutural-institucionais e maior coordenação entre as políticas fiscal, monetária e cambial”, diagnostica o professor.
O escritor e consultor sindical Ernesto Germano Pares, segundo palestrante do dia, elencou os efeitos da atuação de companhias transacionais para a geração de trabalho e renda e os riscos da movimentação financeira. “Estima-se que os capitais financeiros somem mais de US$ 600 trilhões, para um PIB de US$ 60 trilhões. Cem companhias dominam 70% do mercado mundial”, traçou Pares, indicando que os efeitos da crise são sentidos nos países ricos e emergentes.
Um dos problemas é a queda na renda média e o aumento da pobreza e, ao mesmo tempo, concentração da riqueza em uma centena de bilionários. As elevadas taxas de desemprego em nações da Europa e maior protecionismo e instabilidade política também estão no conjunto da crise do sistema. “No mercado de trabalho, houve deterioração das relações, com perda de direitos e terceirizações”, citou o consultor sindical.
Finalizando o primeiro ciclo de palestras, o assessor parlamentar do DIAP, André Santos lançou um olhar político sobre o cenário econômico. Em sua visão, não existem razões para nenhum tipo de alarmismo. “Devemos investir no fortalecimento das instituições, no prevalecimento dos interesses coletivos sobre os individuais como forma de alcançarmos mais progresso e justiça social”, preconizou Santos.
Fonte: Assessoria de Imprensa / Comitê de Divulgação CNPL
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