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Aconteceu entre os dias 6 a 8 de agosto, na Escola Sul da CUT, em Florianópolis, o 2º Seminário de Imprensa Sindical, o evento foi organizado pelo Fórum de Comunicação da Classe Trabalhadora e contou com a parceria da CUT-SC.
O evento reuniu mais de 170 pessoas que vieram de 14 estados do Brasil para debater sobre a importância da Imprensa Sindical na disputa de hegemonia na sociedade. A Secretária de Comunicação da CUT-SC, Inês Fortes participou da mesa de abertura e destacou a necessidade de democratização dos meios de comunicação, para dar voz à todos os brasileiros. A primeira palestra do seminário trouxe para o debate o tema “Jornalismo sindical e a disputa pela hegemonia”, ministrada por Laurindo Leal Filho. Laurindo instigou o debate, sugerindo um questionamento: Qual o papel dos meios de comunicação sindical e popular para enfrentar essa hegemonia midiática? “Acredito que o papel sindical na disputa pela hegemonia comunicacional se sintetiza em três ações: atrair o público, desconstruir a narrativa dos meios hegemônicos e construir a narrativa da classe trabalhadora. Essas ações são fundamentais para o enfrentamento a máquina poderosa que é a mídia privada brasileira”, destaca. Realidade e perspectivas da lei de meios no Brasil e na América Latina Esse foi o tema da segunda palestra que contou com a presença da jornalista da Rádio Nacional da Argentina e do Jornal Página 12, Nora Veiras e a jornalista e pesquisadora do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA/UFSC), Elaine Tavares. A América Latina tem apresentado experiências positivas acerca da democratização da radiodifusão e pela soberania comunicacional. Esse debate é fruto da resistência do povo latino-americano que sofre ainda os reflexos do colonialismo na cultura, na política e nos diversos setores da vida em sociedade. Argentina, Venezuela, Bolívia e Equador são países que já atualizaram suas leis de meios, com importantes conquistas no sentido de ampliar a pluralidade. Como andam o jornalismo sindical e as condições de trabalho nas assessorias de imprensa?
Esse foi o tema da terceira mesa do Seminário. Participaram, Roberto Ponciano Coordenador da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público Federal), diretor de Imprensa de Sisejufe-RJ (Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro) e um dos criadores da revista Ideias, Magali Moser professora do curso de Jornalismo da Furb (Universidade Regional de Blumenau) e jornalista do Sinsepes/Blumenau (Sindicato dos Servidores Públicos no Ensino Superior) e Glauco Marques comunicador da Rádio Comunitária Campeche e ex-diretor do Sinergia (Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis e Região) falaram sobre as dificuldades que limitam os projetos de comunicação nos Sindicatos.
A importância da mídia alternativa na luta contra a criminalização dos movimentos e a disputa de hegemonia
Essa foi a temática da quarta mesa de debates promovida pelo 2º Seminário Unificado de Imprensa Sindical. Participaram da discussão a jornalista Vívian Virissimo, editora do jornal Brasil de Fato; o jornalista do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Fábio Reis e a integrante do Coletivo Fora do Eixo, Raissa Galvão.
Com um intenso debate entre palestrantes e público, a pauta da criminalização, mote principal do 2º Seminário de Imprensa, reforçou a importância da imprensa sindical para a construção de novos olhares sobre a notícia, visibilizando as lutas e constituindo novas representações simbólicas.
A aplicação das redes sociais no jornalismo sindical
O professor e funcionário do NPC (Núcleo Piratininga de Comunicação) e da Renajorp (Rede Nacional de Jornalistas Populares), Gustavo Barreto, apresentou a penúltima mesa do Seminário.
Gustavo, que também é jornalista, pesquisador e co-criador do portalconsciência.net, afirmou que “até pouco tempo muitos sindicatos nem tinham página na Internet, hoje só a página é inútil”.
Para ele, o mundo virtual é uma organização da realidade e que pouco ou excesso de informação é ruim. “É uma mentira pensar que quanto mais informação melhor, a informação precisa estar organizada”.
Encaminhamentos
O último momento do Seminário ficou marcado pela avaliação dos participantes e as deliberações tiradas neste 2º Seminário:
– Moção contra as demissões dos mais de 200 trabalhadores do Grupo RBS (Rede Brasil Sul de Comunicações, afiliada à Rede Globo) em Santa Catarina e Rio Grande do Sul e carta com o posicionamento do Fórum de Comunicação da Classe Trabalhadora;
– Moção de apoio ao Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro;
– Moção de apoio ao Povo Palestino;
– Realizar oficinas para estudar o Projeto de Lei da Mídia Democrática;
– Realizar o 3º Seminário Unificado de Imprensa Sindical;
– Antes da abertura oficial do 3º Seminário Unificado de Imprensa Sindical, realizar um encontro voltado somente para os jornalistas sindicais;
– No próximo seminário ter uma oficina de mídia digital;
– Realização de cursos para formação política dos jornalistas;
– Fortalecer os meios de comunicação alternativos já existentes;
– Criação de um grupo de e-mails dos participantes do 2º Seminário para troca de conteúdos, informações e experiências;
– Reativar as reuniões do Fórum de Comunicação da Classe Trabalhadora, que estavam temporariamente suspensas para a organização do 2º Seminário;
– No 3º Seminário Unificado de Imprensa Sindical, realizar oficinas práticas;
– Realizar o evento em local mais acessível, com melhor infraestrutura técnica e mais próximo a opções de alimentação e lazer;
– Aumentar as parcerias e fazer um caixa reserva a fim de angariar fundos para a realização do 3º Seminário;
– Carta do Fórum falando sobre a importância da Democratização da Comunicação, a ser divulgada aos candidatos nas eleições deste ano;
– Levar o Fórum de Comunicação da Classe Trabalhadora para outros estados, replicar pelo Brasil as experiências do Fórum criado em Santa Catarina e onde for possível criar Fóruns estaduais;
– Fortalecer o Fórum de Comunicação da Classe Trabalhadora;
– Divulgar amplamente as resoluções dos 3 dias de debates;
– No 3º Seminário, estudar formas de ampliar a participação das bases dos sindicatos.
Fonte: Clarissa Peixoto e Rosangela Bion de Assis, do portal Desacato
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