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O encerramento do VIII Congresso Nacional da Confederação Nacional das Profissões Liberais apresentou duas palestras que fizeram jus à temática voltada para a inserção dos trabalhadores profissionais liberais nos conceitos preconizados pelo Eixo Sustentável, através do quais cada trabalhador ou cidadão deve orientar suas ações de vida e produtivas orientadas segundo os ditames de observar práticas de trabalhos e de produção de bens e serviços voltados para o respeito ao meio ambiente, à melhoria da qualidade vida e às boas práticas de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente planetário.
Com o intuito de enfatizar e reforçar a necessidade de conexão com essas boas práticas de respeito à vida e ao meio ambiente, a CNPL foi buscar dois palestrantes realmente capazes de desmistificar as sombras e dúvidas que pairam quando o assunto recai sobre a responsabilidade de adquirirmos e colocarmos em prática o exercício diuturno da convivência harmoniosa com nosso planeta.
Nelton Fiedrich, especialista em desenvolvimento sustentável e Renato Tagnin, professor e pesquisador em planejamento ambiental, foram os nomes escolhidos pela organização do Congresso para trazer ao primeiro plano essa discussão e busca de soluções que impactam de forma decisiva o futuro da humanidade e a exploração racional e sustentável do planeta.
Crise planetária e civilizatória
Logo no começo de usa palestra, o Nelton Friedrich já impactoi a plateia ao apresentar um leque de elementos que vem pondo em risco, de forma sistemática, a sobrevivência e a qualidade de vida dos seres humanos.
Dentre os elementos listados, Friedrich citou o mau uso ou a eliminação e contaminação dos recursos hídricos (talvez o mais grave, segundo ele), produção e desperdício de energia, a questão do aquecimento global, do modelo de desenvolvimento social pautado nas injustiças e desigualdades sociais que deságuam em epidemias nas áreas de saúde menta e física.
“O fato redundante das constatações acima, é que podemos depreender que tanto o planeta quanto a sociedade estão enfermos. Portanto, urge, intensificar-se uma discussão muito mais aprofundada em relação aos parâmetros que atualmente regem as discussões sobre a vida das pessoas e no futuro da vida sobre a terra”, pontificou Friedrich.
Em sua explanação, o especialista trouxe dados deveras preocupantes da devastação ambiental em nível global, como por exemplo o índice crescente de desmatamento, do aumento da emissão de CO2 na atmosfera, o que ocasiona um aumento co, gastos na saúde da ordem de trilhões de dólares só com, o tratamento de moléstias advindas desse flagelo, isso sem falar na ocorrência diretas de mortes advindas dessa falta de cuidado com o meio ambiente.
Nesse ponto, Friedrich foi enfático ao denunciar a postura do governo de, embora signatário, vir descumprindo e postergando, a implementação dos dispositivos da agenda 2030, da ONU, que limita o porcentual de lançamento de CO2 na atmosfera, como também a demora na implantação das 17 diretrizes das ODS.
Sustentabilidade e trabalho
Como exemplo de sustentabilidade e responsabilidade com o uso de recursos naturais e sua profunda relação com a vida e o trabalho dos seres humanos, Friedrich apresentou dados do relatório Relatório High and Fly: Climate Change, Water, and the Economy, do Banco mundial que sinaliza que a escassez de água, em nível global podem reduzir em 6% o crescimento do PIB mundial em 6% até o ano de 2050.
“As alterações climáticas terão impacto em primeiro lugar, no ciclo de água, com consequências na alimentação, energia, sistemas urbanos e ambientais, provocando grave falência nas relações de trabalho, uma vez que 80% dos empregados gerados no mundo envolvem e dependem diretamente da água”, finalizou o especialista.
Onde estava a floreta que estava aqui? Não menos empatai foi a abertura do professor Renato Tagnin, que sob o título “A sustentabilidade dá trabalho e futuro” apresentou mapas comparativos demonstrando a fragmentação das florestas através do planeta em um curto espaço geológico de oito mil anos. A visualização dos quadros, lado a lado ilustrou a capacidade predatória da raça humana com a nossa cobertura vegetal em nome do progresso e que, segundo o especialista, trouxe a reboque um sem número de problemas atrelados a degradação dos ecossistemas.
“Entre as causas que proporcionaram essa degradação dos ecossistemas, podemos listar causas como mudança de habitat; mudança climática. Espécies (humanas, animais e vegetais) invasoras, não pertencentes àquele ecossistema; superexploração e a conseqüente poluição”, explicou Tagnin.
Em se tratando especificamente do Brasil, Tagnin também alertou par a venda e uso indiscriminado de agrotóxicos no País, além da prática criminosa de queimadas como forma de preparar a terra para o plantio e criação de animais.
No rastro do pouco caso no cuidado e manutenção dos ecossistemas, Tagnin lista um a série de atividades laborais e empresarias que colaboram de forma inexorável para a degradação ambiental.
“O leque de atividades lesivas aos diversos ecossistemas que compõem o cenário natural brasileiro podemos citar, entre outros, a construção e operação de termoelétricas; o plantio de culturas transgênicas; a pecuária extensiva; a prática da monocultura; mineração, garimpo e siderurgias; extração madeireira; barragens e hidrelétricas, dentre muitas outras práticas que exaurem e/ou destroem ecossistemas inteiros”, concluiu Tagnin.
Ao fim da exposição, ambos os palestrantes, de comum acordo, elogiaram a iniciativa de a CNPL trazer para o campo do trabalho as necessárias transformações para as práticas sustentáveis. A sugestão final, dos especialistas foi de que a CNPL trouxesse pars si, o protagonismo global dessa discussão no âmbito trabalhista.
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