Generic selectors
Somente termos específicos
Buscar em títulos
Buscar em conteúdo
Post Type Selectors
Buscar em posts
Buscar em páginas

Planejando a compra da felicidade familiar do início ao final do ano

Outras notícias

...

Programa voltado a crédito para mulheres supera R$ 700 milhões em empréstimos

Desde 2023, Programa Elas já atendeu mais de 35 mil clientes Financeira Omni&Co, criadora do Programa Elas quer atingir R$…

Decisão do Carf sobre terceirização em atividade-fim sofre anulação pelo STF

Decisão no Carf manteve a autuação com o argumento de que a prestação de serviços tinha características de vínculo empregatício…

Tragédias climáticas como no Rio Grande do Sul expõem falhas de proteção no Brasil

Frequência de eventos extremos pressiona preços, modelos de risco e revela lacuna de proteção na região, aponta CEO da Swiss…

Oferta da Azul pode ser a maior no País em quase 2 anos e terá bônus de subscrição grátis

Emissão pode movimentar R$ 4,1 bilhões, dependendo do apetite dos investidores Segundo fontes, há interesse de fundos e gestoras nos…

O fim do ano e o início de novo ano sempre exigem importantes decisões para as familias, sobretudo para as de limitado poder de compra, para as quais a margem de manobra é infinitamente menor e qualquer descuido vai abalar suas finanças.

Diante das inevitáveis compras natalinas, de um lado, e o 13º terceiro salário, no outro lado da balança, desafiam as famílias que não querem iniciar o ano novo com velhas angústias de novo. O primeiro passo é estabelecer prioridades, tanto para quitar as velhas dívidas como para pagar as novas que vem vindo por aí. As tradicionais dívidas exigem o planejamento dos gastos (e aí entra toda a família, se possível gerando receitas também), mês a mês, a partir de prioridades definidas coletivamente, não esquecendo nunca que as rendas são finitas mas a tentação ao consumo é infinita e prazeirosa. Mas o prazer pode ter um custo às vezes desagradável, no famoso “day after”.

O equilíbrio orçamentário familiar exige várias outras providências, além de planejar e priorizar. E a família ao fixar prioridades devem ter preferência os gastos com plano de saúde, educação, mobilidade, sadia alimentação,  segurança e habitação, tidos como fundamentais para todos. E os outros que venham depois: lazer, diversão, entretenimento etc. Tudo muito bem dosado e sem desperdício algum.

O verdadeiro equilíbrio orçamentário familiar deve incluir a formação de reservas – poupanças coletivas -, para usar nas boas oportunidades ou nas más ocasiões.

Essas reservas, geradas pelo não consumo corrente de alguns bens e serviços, com o devido acréscimo financeiro decorrente de sua aplicação responsável, vai permitir adquirí-los no futuro, em maior quantidade e/ou melhor qualidade. Isto é: o sacrifício do consumo de hoje será compensado pela satisfação ampliada no futuro. Outro aspecto importante na boa execução do orçamento familiar derivará da paciência em pesquisar e comparar preços, condições de pagamento e, no caso dos bens duráveis, as garantias oferecidas, a assistência técnica e disponibilidade de peças de reposição. Isso vale tanto para um automóvel como para um liquidificador.

Mesmo nas compras rotineiras do mês vale a pena comparar preços, por menor que seja a economia. Se ela for de R$ 100,00/mês, ao final de um ano a família terá economizado R$1.200,00, cujo uso vai depender de suas prioridades. Aí se incluem desde um novo eletrodoméstico (de preferência que consuma menos energia) até uma breve viagem de férias.

O pagamento à vista, quando possível, pode trazer três vantagens ao consumidor: só gasta o que tem, não se endivida no futuro e pode obter menores preços, pechinchando na hora da compra.

E quanto maior for o preço do bem e quanto maior for a concorrência entre os vendedores, mais chances tem o consumidor de obter preços menores. Em mercados cartelizados ou monopolistas, essas possíveis vantagens ficam bem menores. Ou não existem. Voltando às compras natalinas, o mais recomendável é que a família defina quanto, com o que  e com quem vai gastar. Isso bem antes, para que possa inclusive pesquisar,  comparar preços e outras vantagens. Acreditar em promoções de Natal, com preços de barbada, só para os que acreditam em Papai Noel. É claro que se essas compras forem de eletrônicos, sempre há o risco de se adquirir com muita antecedência algo que logo depois vai  ser superado por um modelo novo, mesmo que a diferença seja apenas de cor. Para quem não tomou nenhuma dessas providências, fique certo que irá enfrentar longas prestações, comprometendo o orçamento futuro, afora as altas taxas de juros, que no Brasil estão entre as maiores do mundo. Tem juros de cheque especial que chegam a 300% ao ano, para uma inflação anual de 6,5%. Mas para os imprevidentes ainda virá o pior pela frente, logo no início do ano. Afora as parcelas das compras natalinas, as famílias terão as despesas habituais: IPTU, anuidade do conselho de fiscalização, compra de material escolar e/ou matrícula dos filhos que vão crescendo de idade e de escolaridade. Tudo isso somado poderá comprometer seriamente o orçamento futuro, até porque não se pode parcelar as contas de água, energia, gás, transporte e plano de saúde. E o pagamento com atraso sempre é uma operação arriscada. Mas quem fizer o dever de casa e tiver disciplina orçamentária fique certo de uma coisa: o dinheiro não vai trazer felicidade, mas ajuda a mandar buscá-la.

(*) – Vice-Presidente da Federação Nacional dos Economistas e Diretor Adjunto da CNPL. Atua como consultor e projetista.

]]>