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Seminário discute o novo profissional liberal e o movimento sindical em escala global

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A Confederação Nacional das Profissões Liberais – CNPL, realizou, no dia 25\11, no seu auditório, em Brasília,  como parte das atividades da reunião do Conselho Deliberativo, Assembleia Extraordinária e reunião da Diretoria, um seminário destinado a discutir o perfil do novo profissional liberal, sua inserção no mercado de trabalho e o movimento sindical em escala global.

 
Foram convidadas para debater junto com os dirigentes e delegados sindicais convidados ao evento, o professor Ronaldo Mota, Reitor da Universidade Estácio de Sá, do Rio de Janeiro, e o Secretário de Política Econômica e Desenvolvimento Sustentável da Confederação Sindical das Américas – CSA, Rafael Freire Neto, que durante mais de três horas entretiveram, informaram e debateram exaustivamente as perspectivas que os desafios dos novos tempos apresentam para a classe trabalhadora em nível mundial.

Ronaldo Mota, em sua explanação, contextualizou a evolução das transformações da humanidade sempre puxadas pelas revoluções proporcionadas pela educação, acontecidas com o surgimento do conceito de escola, na Grécia Antiga (400 A|C); com o advento a imprensa de Guttemberg (1453 D|C) e o atual momento, que segundo ele, é a terceira onda evolutiva, que vem se dando através da revolução causada pelas tecnologias digitais.
 
“O grande dilema diz respeito a como vão se comportar as profissões no futuro. Talvez, o que nós podemos é ter algumas indicações de como serão as pessoas, o que demandarão, quais serão as suas principais características. Sejam quais forem, uma coisa é básica: tudo passa pelo processo educacional, responsável pelo processo que forma as profissões”, explica Mota.

Segundo o professor, o futuro se apresenta com forte viés de inovação, que corresponde no geral a um novo produto, um novo processo, uma nova funcionalidade, que aceite demandas e desafios. Ainda segundo o acadêmico, essa inovação não era parte integrante dos currículos formadores de profissionais, mas, doravante, fatalmente passará a sê-lo. Portanto, educar as pessoas, os cidadãos, a luz de um novo mundo é um enorme desafio.
 
Para Mota, a grande pergunta é:  existe ou não existe uma metodologia capaz de contemplar tal objetivo? A resposta também não é simples, mas há bons indicadores. Tudo leva a crer que a metodologia da aprendizagem dependente pode até ter cumprido um papel no passado, mas ela é incapaz de atender as demandas do novo profissional que está por vir. Portanto, explorar as metodologias que ressaltam aprendizagem independente, ou seja, o estímulo a que cada um aflore o limite superior de sua capacidade de aprendizagem é fundamental.
 
“Hoje o aprendizado no próprio local de trabalho é preponderante; o aprendizado com os colegas de trabalho é um elemento importantíssimo; assim como aprender a trabalhar em equipe, algo que é bastante limitado pela escola tradicional, que privilegia a recompensa individual. Aprender a explorar fenômenos coletivos e cooperativos é preparar-se para o mundo da inovação, ou seja, nós temos grande desafios, mas em contrapartida temos grandes soluções e maior parte delas tem a ver com as novas tecnologias digitais”.
 
Ao finalizar sua explanação, Ronaldo Mota afirmou que é praticamente impensável, ou pouco aconselhável, imaginar que os profissionais do futuro não vão depender fortemente de uma grande base de conhecimento das tecnologias digitais, pois  conhecer as plataformas eletrônicas, conhecer as linguagens associadas a rede mundial, farão parte das exigências profissionais em qualquer área de atuação.  “Temos que nos preparar para um universo onde aprender a aprender passa a ser mais relevante do que simplesmente aprender”, concluiu.
 
Sem fronteiras
 
Em sua palestra, Rafael Freire Neto, destacou a grande relevância do encontro com os profissionais liberais na sede da CNPL, porque em primeiro lugar houve a oportunidade de se debater qual é o desafio da classe trabalhadora hoje, não só no Brasil, mas também em nível continental e mundial. Em segundo, debater a necessidade que a CNPL se envolva mais no processo sindical internacional.
 
“Ela já é presente na CSA; já possui a companheira Maria Terezinha Govniatzki (vice-presidente da CNPL) como membro do conselho Executivo da CSI, mas acho que é de extrema importância o debate sobre os desafios que envolvem a classe trabalhadora no Brasil e na América Latina, bem como quais são os principais desafios de  como se estruturar um sindicato frente as mudanças políticas, econômica e tecnológicas que vivenciamos neste atual período da história, como construir o sindicalismo do séc. XXI”, Disse Neto. Para o dirigente da CSA, esse novo sindicalismo tem representar necessariamente a composição de toda a classe trabalhadora, aí incluídos os profissionais liberais, os operários, os professores, os bancários, os trabalhadores em agricultura, todos eles tentando dizer que tipo de desenvolvimento que desejam; que país e que América Latina almejam, e qual a contribuição oferecida na construção de um modelo econômico no qual o emprego seja o centro desse modelo e que responda às grandes demandas sociais, aumente e fortaleça o sentimento democrático, a sustentabilidade ambiental, gerando um desenvolvimento mais humano, justo e fraterno.
 
Saldo Positivo
Para o presidente da CNPL, Carlos Alberto Schmitt de Azevedo, o saldo desse seminário foi extremamente positivo na medida em que se ofereceu a oportunidade de debater com duas pessoas altamente qualificadas, de dois segmentos totalmente diferentes, assuntos que vão proporcionar um novo embasamento não só para a CNPL, como também para todas as categorias que compõem as profissões liberais.
 
“Os debates demonstraram a importância da educação na formação do cidadão e do trabalhador, sinalizando para o dirigente sindical o novo tipo de profissional liberal que vem emergindo como resultado dos desafios que a era tecnológica nos impõe. Ao mesmo tempo também direciona o movimento sindical com a melhores ferramentas para atender e representar a esse profissional agora em escala global, uma vez que como fica cada vez mais evidente, as fronteiras vão se tornando meros rabiscos nos mapas de papel”, explicou Azevedo.
 
As reuniões de diretoria seguem até o dia 27\11.
 
Assessoria de Imprensa