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Contra classe trabalhadora e movimento sindical, Dilma promove fusão entre MTE e MPAS em reforma ministerial

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O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, vai assumir o Ministério do Trabalho e da Previdência Social, pastas que serão fundidas na reforma a ser anunciada nesta sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff. Carlos Gabas, atual titular da Previdência, assumirá a secretaria nacional do ministério.
Ricardo Berzoini, ministro das Comunicações, comandará a nova Secretaria de Governo, que vai abrigar funções da Secretaria-Geral da Presidência e fará a articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso. Além deles, já foram revelados os futuros ministros da Saúde, da Ciência e Tecnologia e da Defesa.
 
Saúde e Ciência
Em conversa na noite desta quinta-feira, 1º, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff confirmou ao líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), que os deputados Marcelo Castro (PMDB-PI) e Celso Pansera (PMDB-RJ) serão ministros da Saúde e de Ciência e Tecnologia, respectivamente. O anúncio oficial será feito na manhã desta sexta-feira, 2.
 
Com a acomodação de Pansera no Ministério de Ciência e Tecnologia, Dilma equacionou o problema que vinha tendo com o PMDB, já que Picciani queria colocar o deputado no Ministério dos Portos, que agora deve ficar com Hélder Barbalho, que hoje comanda a pasta da Pesca.
Marcelo Castro, 65 anos, é médico psiquiatra e atua como deputado federal desde 1999. Filiado ao PMDB de 1981 a 1991, passou pelo PSDB e pelo PPR antes de retornar ao PMDB.

 
Neste ano, ganhou os holofotes ao se desentender com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante as discussões da reforma política. Os dois parlamentares trocaram críticas e o relatório feito por Castro foi atropelado por Cunha, que levou o debate para o plenário. Castro disputava a vaga com um aliado de Cunha, o também médico Manoel Junior (PB).
 
Gaúcho de São Valentim, Pansera está em seu primeiro mandato como deputado federal. Ele já foi presidente da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia.
Inicialmente, o governo tentou alojar Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Henrique Eduardo Alves (Turismo) no Ministério de Ciência e Tecnologia. Eles não aceitaram. Diante da recusa, o governo procurou a solução na bancada peemedebista.
 
O medo do Planalto era a reação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC) por ter no ministério um novo George Hilton, que assumiu a pasta do Esporte sem ter qualquer relação com o setor. Com Pansera, este problema também fica solucionado.

Até o final da tarde, Picciani resistia em aceitar Ciência e Tecnologia. Defendia que o governo mantivesse as ofertas que havia apresentado no início das negociações – o Ministério da Saúde e um outro na área de infraestrutura.
Pansera ganhou os holofotes neste ano ao ser apontado pelo doleiro Alberto Youssef como “pau-mandado” de Eduardo Cunha no esquema de corrupção da Petrobrás investigado pela Operação Lava Jato.
 
Defesa
 
O atual ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, assumirá mesmo o Ministério da Defesa, em lugar de Jaques Wagner, que vai para a Casa Civil, para substituir Aloizio Mercadante. A decisão da presidente Dilma Rousseff de levar Aldo Rebelo para a Defesa foi comunicada a ele nesta quinta-feira, 1.
Aldo sempre teve o seu nome lembrado para assumir a pasta nas reformas ministeriais. Oficiais-generais das três forças consultados pelo Estado lembram que Aldo já presidiu a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, e teve participação decisiva em questões relativas à área militar, como a polêmica sobre a preservação do atual texto da Lei de Anistia, como queriam os militares, e na defesa deles, durante o funcionamento da Comissão da Verdade.
Por este seu “espírito nacionalista”, Aldo Rebelo será “muito bem” recebido pelos militares da ativa das Forças Armadas, já que é considerado engajado e comprometido com assuntos caros aos quartéis. Na reserva, no entanto, encontrará resistências, até mesmo pelo fato de ser “comunista” do PC do B. Mas, nada que os comandos não consigam refluir. O fato de ele ter passado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e ter trabalhado em parceria com projetos estratégicos também ajudou na aproximação e conhecimento de programas das três forças.
 
Fonte: Estadão

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