Outras notícias
Consultores imobiliários ponderam que a baixa foi circunstancial e que as locações vão se recuperar ao longo do ano Foto: Werther Santana/Estadão – 25/02/2022
O mercado de galpões logísticos perdeu fôlego no Estado de São Paulo no começo deste ano, com queda no saldo de locações para o menor nível em ao menos quatro anos.
No entanto, consultores imobiliários ponderam que a baixa foi circunstancial e que as locações vão se recuperar ao longo do ano, já que esses imóveis continuam sendo muito procurados pelas empresas de comércio eletrônico para uso como centros de distribuição e armazenamento.
A absorção líquida – indicador que mede o saldo entre áreas alugadas e devolvidas – no primeiro trimestre de 2025 foi 77% menor do que no mesmo período de 2024, ficando em 20 mil metros quadrados, de acordo com levantamento da Cushman & Wakefield.
Essa mesma tendência foi constatada em pesquisa da Newmark, que apontou uma queda de 68% na absorção líquida entre os períodos, atingindo 88 mil metros quadrados.
A diferença de valores se dá pelas regiões e pelos tipos de imóveis monitorados em cada pesquisa. Ainda assim, a tendência captada pelas consultorias foi a mesma.
Na visão do presidente da Cushman no Brasil, Matheus Cardoso, essa baixa foi efeito de sazonalidades e não deve ser motivo de preocupação.
“Assim como no primeiro trimestre do ano passado, o motivo para a menor absorção é a incerteza elevada para a economia. Com o juro subindo, muitos empreendedores adiam seus projetos até um momento mais claro”, afirma.
Apesar da absorção menor neste começo de ano, ele ressaltou que a demanda não retrocedeu.
“A demanda, no geral, não parou. O comércio eletrônico continua aquecido e deve continuar assim. Para o ano, esperamos que a absorção cresça”, diz.
Áreas devem ser alugadas rápido
A diretora de pesquisa de mercado da Newmark, Mariana Hanania, também entende que o recuo na absorção líquida foi circunstancial.
“No primeiro trimestre vimos um volume um pouco acima nas devoluções de áreas, com algumas empresas remodelando suas operações”, observa.
“São movimentos naturais, que acontecem de tempos em tempos. Não tenho dúvidas que as áreas serão alugadas muito rapidamente”, explica.
A diretora da Newmark acrescenta que a procura por galpões segue elevada. Tanto que 30% da área dos empreendimentos que vão ficar prontos este ano já está pré-locada no Estado de São Paulo.
Ao todo, há 1,4 milhão de metros quadrados em obras para conclusão em 2025, algo como 160 campos de futebol.
“A atividade construtiva perdeu fôlego no primeiro trimestre. Mas esse volume a ser entregue reforça a confiança do setor na continuidade na demanda”, ressalta.
As consultorias também mostraram que a quantidade de galpões vagos permanece baixa, na faixa de 7% a 10%, o que contribuiu para subida dos aluguéis em torno de 6% a 8% na comparação anual.
Por muitos anos, os valores de locação ficaram estagnados porque havia muita oferta de imóveis.
Mas com a redução da vacância e a demanda aquecida, os proprietários passaram a cobrar mais.
Ocupação segue alta
“A recuperação dos preços de logística já é uma realidade. A ocupação alta e o ‘boom’ do comércio eletrônico têm feito os inquilinos aceitarem pagar mais para estar nos locais corretos e conseguir fazer as entregas rápidas”, avalia Cardoso, da Cushman.
“Os preços de locação estão se valorizando. O mercado é bem positivo e com atividade aquecida. Possivelmente, algumas devoluções aconteceram porque empresas se depararam com aluguéis mais altos”, diz Hanania, da Newmark.
Redação CNPL sobre artigo de Circe Bonatelli (Broadcast)
Endereço: SCS Quadra 01, Bloco M, Salas 1301 a 1305; 1317 e 1318 Edifício Gilberto Salomão, Asa Sul, Brasília, DF, CEP: 70305-900
Fale com a CNPL