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Confira como se comportou a taxa Selic em janeiro de 2025

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Após reunião do Copom, realizada no dia 29 de janeiro, taxa Selic foi elevada para 13,25% ao ano

Expectativa do mercado é de que a Selic supere 15% ao ano em meados de 2025

A taxa Selic em janeiro de 2025 está em 13,25% ao ano — número definido pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) em reunião realizada no dia 29 de janeiro.

Na ocasião, a deliberação dos diretores da entidade em elevá-la em 1 ponto percentual foi unânime.

Em junho de 2023, o Copom havia iniciado uma série de seis cortes consecutivos na Selic — movimento interrompido em maio de 2024, quando a entidade não modificou a taxa de juros do país e repetiu a decisão nos próximos outros dois encontros (junho e julho).

Porém, em setembro, o Comitê entendeu que era o momento de elevá-la para conter o crescimento nas expectativas de inflação.

Já em novembro e dezembro, o Banco Central acelerou o ritmo de alta.

No comunicado divulgado após o encontro, o Copom destaca que “o cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”.

Além disso, a expectativa é de que os juros permaneçam nesse movimento de alta durante os próximos meses.

“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”, continua o texto.

O mercado projeta que a Selic vai superar o nível de 15% ao ano em meados de 2025.

Caso a previsão se confirme, esse será o maior patamar alcançado pelos juros em quase 20 anos.

De acordo com o Relatório Focus do Banco Central, divulgado em 24 de janeiro, a taxa estará em 15% no final de 2025.

Para os próximos anos, a estimativa é que a Selic seja de 12,50% em 2026, de 10,38% em 2027 e de 10% em 2028.

Sobre o cenário internacional, o Comitê analisa que o ambiente permanece desafiador — muito por conta da conjuntura política e econômica nos Estados Unidos.

“O que suscita mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do FED”, destaca a nota do Copom.

No mesmo dia em que a Selic subiu mais um ponto, o Federal Reserve interrompeu o ciclo de afrouxamento monetário, apontando para incertezas no horizonte e cautela à espera dos efeitos na economia oriundos das políticas de Donald Trump.

Com a Selic em 13,25% ao ano, atualmente o Brasil tem a segunda posição no ranking de nações com as maiores taxas de juros do mundo, de acordo com o relatório da MoneYou.

O país está atrás, apenas, da Argentina.

Confira os cinco primeiros do ranking de juros reais:

• Argentina — 9,36%
• Brasil — 9,18%
• Rússia — 8,91%
• México — 5,52%
• Indonésia — 5,13%

VARIAÇÕES RECENTES DA TAXA SELIC

Data da reunião do Copom Taxa Selic (a.a.)
Janeiro de 2025 13,25%
Dezembro de 2024 12,25%
Novembro de 2024 11,25%
Setembro de 2024 10,75%
Julho de 2024 10,50%
Junho de 2024 10,50%
Maio de 2024 10,50%
Março de 2024 10,75%
Janeiro de 2024 11,25%
Dezembro de 2023 11,75%
Novembro de 2023 12,25%
Setembro de 2023 12,75%
Agosto de 2023 13,25%
Junho de 2023 13,65%
Maio de 2023 13,65%

TAXA SELIC X CONSTRUÇÃO CIVIL

Após a elevação da Selic para 13,25%, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) divulgou nota com alerta de que a decisão agrava os desafios econômicos, encarece o crédito, desestimula investimentos e pressiona o orçamento de empresas e famílias.

A associação lembra que além de restringir o crescimento do país, os juros elevados tornam a dívida pública ainda mais onerosa – cada ponto percentual de alta na Selic adiciona cerca de R$ 48 bilhões ao seu custo anual.

O impacto sobre as empresas também é enorme, o que pode resultar em demissões e aumento do desemprego.

Para exemplificar, somente em 2024 foram registrados mais de 2,2 mil pedidos de recuperações judiciais, segundo Indicador da Serasa Experian.

O montante é o mais alto contabilizado desde o início da série histórica, iniciada em 2005, e representa um aumento de 61,8% em relação a 2023.

“Medidas para controlar a trajetória crescente da dívida pública são essenciais para termos uma taxa de juros em padrão saudável a médio e longo prazo”, destaca Luiz França, presidente da Abrainc.
“Isso vai destravar investimentos e incentivar o crescimento do país de forma sustentada. Conviver com juros elevados trava o desenvolvimento, reduz a geração de empregos e penaliza empresas e famílias”, analisa o executivo.

Para Ieda Vasconcelos, economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a alta da Selic tem reflexos diretos na economia, especialmente no setor produtivo.

“O custo do crédito impede novos investimentos e, com isso, prejudica não somente a geração de renda e emprego, mas também a produtividade das empresas e o crescimento sustentado da economia”, alertou.

Na construção, os juros elevados foram apontados como o principal problema do setor em 2024, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com apoio da CBIC.

No último trimestre de 2024, 34,1% dos empresários indicaram a taxa de juros como a principal dificuldade enfrentada pelo setor.

Sobre a previsão de a Selic chegar a 15% neste ano, Vasconcelos destaca que “caso esse resultado se confirme, será um retrocesso que o país não merece assistir”.

Como a Selic impacta na construção civil

A Selic tem impacto direto sobre o mercado da construção civil. Sua principal influência ocorre sobre os financiamentos imobiliários, empréstimos captados por construtoras e preços dos insumos usados nos canteiros de obras.

Quando a taxa permanece alta por bastante tempo, os custos dessas variáveis também tendem a subir e interferem no crescimento do setor.

As variações da Selic merecem atenção especial na construção, pois os contratos costumam ser mais longos.

Quando está muito alta, por exemplo, os financiamentos imobiliários tendem a diminuir — resultando em um aumento do estoque de imóveis.

Por consequência, são menos projetos lançados e menor atividade nos canteiros (com a geração de empregos reduzida).

Com isso, sempre que ocorrem movimentos de redução na Selic, o clima de otimismo e confiança cresce entre os empresários da construção civil.

Afinal, quando a taxa é menor, cria-se um cenário de valorização dos imóveis e de aumento na demanda por novas unidades.
O QUE É A TAXA SELIC?
Sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, a Selic é a taxa básica de juros do Brasil — usada para balizar as operações de crédito no país. Além de influenciar nas captações de empréstimos e financiamentos, também é usada para controlar a inflação.

Com impacto direto no cotidiano da população, é redefinida pelo Banco Central a cada 45 dias.

Em 2025, as reuniões do Copom estão agendadas para:

• 28 e 29 de janeiro
• 18 e 19 de março
• 6 e 7 de maio
• 17 e 18 de junho
• 29 e 30 de julho
• 16 e 17 de setembro
• 4 e 5 de novembro
• 9 e 10 de dezembro

Para calculá-la, o Comitê de Política Monetária do Banco Central analisa diferentes indicadores financeiros.

Quando ela é reduzida, o crédito fica mais fácil e a inflação tende a cair. Por outro lado, quando o Banco Central opta por elevá-la, o oposto acontece: com os juros do crédito mais altos e os preços com tendência de redução ou estabilidade (consequência do controle da inflação).

Vale destacar que as mudanças na taxa Selic demoram entre seis e 18 meses para ter um impacto pleno na economia do país.

A taxa Selic ainda serve para balizar os valores pagos pelos títulos públicos e determinar o rendimento do dinheiro investido em diferentes carteiras.

A Selic foi criada em 1979, pelo Banco Central e pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima) — atualmente Anbima. Sua concepção visava agilizar e disciplinar a venda e a compra de títulos públicos.

Redação CNPL sobre artigo de Vinícius Veloso / AECweb