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China inaugura megaporto no Peru e redefine o comércio global com investimento bilionário e poder estratégico (Imagem: Reprodução)
O megaporto no Peru foi projetado para atender grandes embarcações, incluindo navios porta-contêineres incapazes de atravessar o Canal do Panamá.
Essa infraestrutura inovadora, liderada pela gigante chinesa COSCO Shipping, deve reduzir o tempo de transporte entre a Ásia e a América do Sul em até 20 dias, destacando o avanço logístico proporcionado pela China.
Além da modernidade tecnológica com guindastes automatizados e caminhões elétricos autônomos, o projeto é visto como uma plataforma para exportar a expertise chinesa enquanto expande sua rede de infraestrutura global.
Segundo a presidente peruana Dina Boluarte, o megaporto no Peru poderá gerar US$ 4,5 bilhões em atividade econômica anual e criar cerca de 8 mil empregos diretos, consolidando-se como um eixo central para o comércio sul-americano.
Impactos e controvérsias da obra da China.
Porto de Chancay, no Peru
Embora seja um marco econômico, o megaporto no Peru também atrai olhares geopolíticos.
Os Estados Unidos demonstraram preocupação com o potencial uso militar da infraestrutura, dado o histórico da China em integrar objetivos comerciais e estratégicos.
No entanto, analistas locais afirmam que países do Sul Global, como o Peru, priorizam os benefícios econômicos imediatos sobre alinhamentos geopolíticos.
Esse projeto se conecta à iniciativa Belt and Road (BRI), lançada pelo presidente Xi Jinping em 2013, que busca criar uma rede global de infraestrutura para fortalecer a influência chinesa.
Com mais de 40 portos sob controle direto ou indireto da China, a inauguração do megaporto no Peru reforça a presença do gigante asiático no hemisfério ocidental.
Reações internacionais e perspectivas
Com a volta de Donald Trump à presidência dos EUA em 2025, a relação entre China e América Latina pode enfrentar novos desafios.
Trump já adotou medidas duras contra a influência chinesa em seu primeiro mandato e pode intensificar esforços para conter avanços como o megaporto no Peru.
Enquanto isso, a China continua a explorar oportunidades na região, incluindo a possibilidade de instalação de uma fábrica de automóveis elétricos no Peru, aproveitando o megaporto como hub logístico.
O movimento mostra como Pequim busca não apenas exportar produtos, mas também atrair investimentos industriais para expandir seu domínio econômico.
O megaporto no Peru, além de conectar mercados emergentes diretamente à China, também levanta questões sobre a dependência de países latino-americanos em relação à infraestrutura chinesa.
Em um cenário de crescente rivalidade global, a inauguração do Porto de Chancay simboliza mais do que comércio: é uma declaração estratégica da China na disputa pela liderança global.
Redação CNPL sobre artigo de Bruno Teles
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