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A Fenaban (federação dos bancos) continua desrespeitando os bancários.
Na mesa desta quarta-feira 28, propôs reajuste escalonado, recusando-se a dar aumento real para todos os trabalhadores.
Pela proposta, a categoria seria dividida em quatro faixas salariais, e os reajustes seriam diferenciados para cada uma delas.
Apenas as duas primeiras faixas teriam aumento acima da inflação estimada: reajuste de 4% para salários até R$ 5.593,97 (o que resultaria em aumento real de 0,09%) e de 3,95% para salários entre R$ 5.593,98 a R$ 8.360,95 (o que daria aumento real de 0,04%).
As demais faixas receberiam apenas a reposição da inflação.
Além disso, só para as três primeiras faixas os reajustes viriam em setembro. As demais receberiam somente em dezembro.
Para VA e VR, PLR e demais verbas, a proposta seria 100% do INPC, mas aplicada somente a partir de novembro.
O Comando rejeitou a proposta na mesa e reiterou que os trabalhadores querem aumento real para todos.
“É inimaginável a criatividade dos bancos para ganhar em cima do nosso esforço. Querem nos impor proposta rebaixada e precarizar nossa CCT. Apesar de termos uma das melhores CCTs do país, os bancos valorizam seus funcionários muito menos do que os altos executivos e acionistas. Nosso acordo, apesar de forte, está muito aquém do que produzimos”, reforçou
Neiva Ribeiro, presidente do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando
Enquanto propõem perdas para os trabalhadores, a previsão é que, em 2024, a remuneração média individual anual da Direção Estatutária dos quatro maiores bancos (Itaú, Santander, BB e Bradesco) chegue a R$ 9,2 milhões por diretor, o que representa um aumento de 8% em relação a 2023.
Esse valor é 115 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário (somando salário, 13º, férias, tickets, PLR).
Considerando a remuneração média geral anual da categoria, o valor pago aos executivos é 46 vezes superior.
Além disso, o estudo Liderança Empresarial 2024, da Vila Nova Partners, mostra que, de 83 empresas com ações na Bovespa, o setor com maior remuneração foi o financeiro, com valores de até R$ 67 milhões por ano para os seus executivos.
“A proposta é péssima. Com pouquíssimo aumento real para duas faixas e sem nenhum aumento real para as outras duas, sem falar que a última faixa com reajuste somente em dezembro. Além disso, prejudica o pagamento da PLR, que seria antecipada apenas em novembro e também sem ganho real”, acrescentou a presidente da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando.
Primeira proposta
A mesa começou com a Fenaban apresentando uma proposta ainda mais rebaixada: apenas a reposição da inflação (100% do INPC), com divisão da categoria em cinco faixas salariais, sendo que apenas a primeira faixa (com salários até R$ 4.128,48) receberia o reajuste em setembro, e as demais, até a quinta e última faixa, que receberia em janeiro de 2025.
Mobilização
Diante das propostas rebaixadas, a mobilização será intensificada.
O Sindicato convoca os bancários e bancárias para plenária nesta quinta-feira 29, no Auditório Azul de sua sede (Rua São Bento, 413, Centro), a partir das 19h, para organizar a mobilização.
“Os bancários continuarão mobilizados até que uma proposta decente seja apresentada. No dia de hoje, os bancários da Paulista fizeram paralisações parciais até meio-dia e amanhã, às 19h, tem plenária para organizar a resistência. É importante que todos participem para mostrar a nossa indignação”, convoca Neiva.
O Comando dos Bancários tirou assembleias em todo o país na próxima quarta-feira, 4 de setembro.
Mais informações em breve no site do Sindicato.
Saiba como foram as mesas de negociação até o momento
Redação CNPL com informações de SPbancarios
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