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O diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder declarou, durante reunião da CSA – Confederação Sindical das Américas, no último dia 9/4, na cidade do Panamá (Panamá), que a América Latina tem que se preparar para um “aumento do desemprego” nos próximos anos e que o mundo enfrenta uma “crise global de emprego”.
Ryder, que participou da abertura da Cúpula dos Povos Sindical e dos Movimento Sociais que transcorreu de forma paralela à VII Cúpula das Américas que começa amanhã na capital panamenha, disse que a América Latina continua sendo a região “mais desigual do planeta” apesar de uma década de crescimento.
“Nos últimos dez anos, a taxa de desemprego na América Latina caiu de 11% para 6,1%. Estamos hoje em dia em níveis mínimos históricos, mas ainda há preocupações muito grandes”, explicou.
“Em primeiro lugar, a desaceleração do crescimento econômico que vive este continente vai impactar na situação do emprego. Infelizmente acho que temos que nos preparar para um aumento das taxas de desemprego nos próximos anos”, previu o diretor da OIT.
“Além disso, apesar desta boa década da América Latina, este continua sendo o continente mais desigual do planeta. Por distintas razões, algumas estruturais e outras sociais”, comentou.
“As taxas de desigualdade caíram um pouco, mas não o suficiente, apesar de políticas progressistas. Portanto acho que esta desigualdade que vive o continente tem raízes estruturais e necessitamos de soluções estruturais. Trata-se de uma transformação produtiva do continente”, acrescentou.
“É preciso diversificar o modelo produtivo e é preciso incluir mais pessoas, mais empresas, nos frutos do crescimento econômico”, ressaltou.
“Não se pode esquecer que quase dois milhões de latino-americanos seguem sendo vítimas de trabalho forçado. E 12 milhões de crianças ainda trabalham (na América Latina). São desafios sociais evidentes fundamentais e temos que responder a esta situação de forma energética”, salientou.
O britânico, que desde 2012 é o diretor da OIT e que anteriormente foi o secretário-geral da CSI- Confederação Internacional de Sindicatos, considera que em nível mundial “estamos diante de uma crise global de emprego”.
“Mais de 200 milhões de pessoas no mundo todo não têm emprego. E apesar da recuperação econômica, infelizmente os números vão seguir subindo. Neste ano vamos agregar três milhões aos ‘parados’ do mundo. E com as tendências atuais isso vai continuar aumentando”, afirmou.
Ryder também disse que as organizações sindicais têm que mudar para adaptar-se às novas realidades, mas que não pode ser “uma reforma imposta do exterior. Não é coisa dos governos. É coisa dos trabalhadores e suas organizações sindicais. Mas não é fácil”.
“Quando estava no mundo sindical costumava dizer que para um movimento que quer mudar o mundo, é difícil mudar a nós mesmos. É um grande desafio. Este mundo não muda se nós não mudarmos”, completou.
Fonte: Agência EFE
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