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José Augusto de Carvalho
Gestões: 1987/1990
Nesta segunda parte da História dos 70 anos da Confederação Nacional das Profissões Liberais, nos debruçaremos sobre a gestão de José Augusto de Carvalho, que compreendeu o período entre 1987 a 1990.
José Augusto, hoje com 86 anos, natural de Niterói (RJ), atuava profissionalmente como contador e advogado, tendo começado no movimento sindical em 1970 no Sindicato das Empresas de Contabilidade de Niterói, onde após uma exitosa trajetória, alcançou a presidência da entidade.
Logo, seu trabalho na área sindical viria contribuir para, em 1982, participar da fundação da Federação dos Contabilistas dos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia – Fedcont –, tendo se tornado o primeiro presidente da entidade, cumprindo seu único e marcante mandato até o ano de 1986.
Naturalmente que sua atuação destacada na luta pelas causas dos técnicos em contabilidade e dos contabilistas, não somente aos filiados a Fedcont, como também aos dos demais estados brasileiros, lhe valeu um convite para participar, como cabeça de chapa, da eleição para a presidência da CNPL, em 1987.
Uma vez eleito para a presidência da CNPL, assim como na Fedcont, fez a opção de exercer apenas um único mandato, observando esse preceito pessoal e profissional sempre que ocupou cargos eletivos na área sindical.
Desafios de uma “nova era” no Brasil
Durante seu período como presidente da CNPL, Augusto se recorda de momentos marcantes, principalmente nos planos político e institucional, onde o País passava por um momento extremamente delicado, com a transição entre o período do Regime Militar e a chegada do primeiro presidente civil ao poder.
“Era uma outra realidade de mundo, de país. Tive um choque muito grande, pois logo após assumir, recebi um telefonema do Palácio do Planalto, me convocando para uma reunião com o presidente Sarney, na Granja do Torto, onde os complexos problemas econômicos, políticos e sociais brasileiros foram objeto de um profundo debate”, relembra.
Foi nessa época, também, que Augusto teve a oportunidade de, como chefe da delegação brasileira, à frente de 15 entidades sindicais, ampliar a fronteira desses debates na Conferência Internacional da Organização Internacional do Trabalho – OIT.
Augusto destaca, ainda, que durante os turbulentos anos do governo de José Sarney, desde 1985, o Brasil passava pelas intensas discussões que permearam a implantação e promulgação da Assembleia Nacional Constituinte, ocorrida em 1988, onde o país e seu arcabouço legal sofreram profundas transformações sociais, políticas e econômicas.
Em 1986, a Confederação criou o projeto “CNPL debate a constituinte”, com a participação das federações e sindicatos das 33 categorias profissionais que, à época integravam a entidade.
“Na esteira desses debates constitucionais, foi criado um Grupo de Trabalho, que se manteve até a promulgação da Constituição, e que tinha como objetivo acompanhar e resguardar o papel e os interesses dos trabalhadores, de maneira geral e, em particular dos profissionais liberais, na nova Constituição que estava sendo redigida”, explica Augusto.
Muita doação e entrega total
“Foram quatro anos muito intensos que vivi no exercício da presidência da entidade de representação máxima dos profissionais liberais brasileiros. A entrega era total tanto que, no meu caso em particular, quase tive que abdicar do meu escritório particular”, reforça Augusto.
A despeito de ainda estar em vigor a Contribuição Sindical obrigatória, que ajudava no financiamento da entidade, a mesma não era suficiente para fazer frente a todas as necessidades de uma entidade que operava em escala nacional.
“A situação não era de penúria, todavia não havia margem para despesas que excedessem o exercício da atividade sindical. Tanto é que, a CNPL não dispunha de veículo próprio. Então, para resolver essa situação, levei para Brasília meu próprio veículo, que coloquei a serviço da entidade”, exemplifica.
Ao fazer um balanço de sua passagem pela presidência da CNPL, Augusto entende que seu principal legado foi, a despeito do momento tormentoso vivido pelo país, ter conseguido, em nível interno, comandar um perídio de transição tranquilo e harmonioso.
Texto, entrevista e pesquisa Assessoria de Imprensa CNPL
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